No Brasil, a fome tem raça, gênero e território. Mulheres negras, em sua maioria residentes nas regiões Norte e Nordeste, são as mais atingidas com a insegurança alimentar, segundo o Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia de covid-19, conduzido pela Rede PENSSAN.
Em 2022 a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o Brasil voltou ao mapa da fome. A prevalência da insegurança alimentar grave atingiu 15,4 milhões de brasileiros, ou seja, 7,3% da população, entre 2019 e 2021. Os números do inquérito mostram que a prevalência da fome se dá entre mulheres negras que são chefe de famílias nas regiões Norte e Nordeste.
No episódio do podcast Papo Preto, Setela Diogo recebe Bárbara Barboza, coordenadora de justiça racial e de gênero da OXFAM Brasil, organização que colaborou na elaboração do inquérito, para analisar esses números. “A pandemia significou um alto índice de endividamento e também de luto. Significou uma escassez absurda, que há muito tempo não se vivia nesse grau”