(Universa | 18/01/2021 | Por Nathália Geraldo)
A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira vacinada contra a covid-19, em um evento transmitido direto do Hospital das Clínicas, em São Paulo, no último domingo, 17, após a Anvisa ter liberado o uso emergencial da CoronaVac. O momento histórico – e de alívio – foi protagonizado por duas mulheres. Mônica, que trabalha no hospital Emílio Ribas, negra, moradora de Itaquera, extremo leste da periferia paulistana, e a enfermeira Jéssica Pires de Camargo, branca, que a vacinou.
Em um país onde o vice-presidente Hamilton Mourão acha que não existe racismo, que “é uma coisa que querem importar”, o fato de enfatizarmos que Mônica é uma mulher negra e evidenciarmos isso jornalisticamente incomodou muita gente. Nas redes sociais – incluindo a postagem que Universa fez sobre o fato no Instagram, seguidores indignados questionavam: “Por que dizer que ela é negra?”, “Será que os brancos também não vão se vacinar?”, “Se fosse uma branca, ressaltariam a cor?” e ainda “Precisam falar que ela é negra? Somos todos iguais!”.