Secretário Especial da Seppir repudia declaração racista de Professor da Unicamp

05 de junho, 2017

O Secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), Juvenal Araújo, vem a público manifestar seu mais veemente repúdio às declarações preconceituosas feitas pelo professor Paulo Palma, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em sua crítica ao sistema de cotas que será adotado pela universidade, em uma de suas frases o Professor diz que cotas é “trocar cérebro por nádegas”.

(SEPPIR, 05/06/2017 – acesse no site de origem)

A evocação do mérito, na forma como fez Paulo Palma, deixa claro seu pensamento retrógrado e sua profunda desinformação sobre o desempenho acadêmico dos bolsitas em todas as universidades brasileiras. Palma vai além, e subverte aquilo que de mais virtuoso existe no saber: o seu revolucionário poder de libertação. “O conhecimento deve auxiliar a humanidade a desatar os nós da sua ignorância, e ajudar a construir uma sociedade com igualdade de oportunidades para todos. O conhecimento como valor e finalidade em si mesmo, historicamente, levaram aos piores genocídios de que a passagem humana na terra foi capaz de produzir”, relembrou Juvenal Araújo.

O secretário da Seppir anuncia que adotará uma série de medidas, dentre elas, acionará a Advocacia-Geral da União para a adoção de todas as medidas cabíveis contra o referido cidadão. “Querer confundir liberdade de expressão com permissão para ofender e difamar o seguimento majoritário da população brasileira é subestimar a nossa inteligência”, destacou Araújo.

O Secretário afirma também que a Seppir vem atuando junto aos órgãos e instituições com oficinas para a capacitação e formação das comissões de verificação quanto a veracidade das declarações informadas pelos candidatos cotistas. Afirma que a iniciativa de implementação da reserva de vagas deve vir acompanhada de medidas de controle. Mencionou que se reunirá com o reitor para ofertar essa parceria e garantir a efetivada das cotas, para que a população negra seja realmente beneficiada com as ações afirmativas.

A pronta resposta da Unicamp e da FCM demarcam com clareza a posição de tão conceituada instituição, colocando a criminosa afirmação no campo da ação individual desse servidor.

Ainda assim, espera-se da universidade firme atuação sobre o seu docente, para que este se retrate publicamente através de um pedido de desculpas a toda comunidade negra e parda brasileira, auto declarada, conforme atesta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em que 53% da população brasileira é composta por negros.

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