Uma epidemia de violência contra a mulher, por Marcia Castro

21 de novembro, 2023 Folha de S. Paulo Por Marcia Castro

Em 2022, todas as formas de violência contra a mulher cresceram no Brasil, conforme reportado pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Mais especificamente, houve aumento de casos e tentativas de homicídio e feminicídio, da proporção de feminicídios em relação aos homicídios, de violência doméstica e psicológica, de estupros e estupro de vulnerável, de chamadas 190 e de solicitações de medidas protetivas.

Em média, 2022 registrou diariamente quase quatro feminicídios, 673 casos de violência doméstica, 17 casos de assédio sexual, 50 estupros e 156 estupros de vulnerável. Já as medidas protetivas foram cerca de 60 solicitadas e 51 concedidas por hora (apenas 85% das medidas foram atendidas). Números do primeiro semestre de 2023 indicam uma piora nessas estatísticas.

A caraterística demográfica das vítimas espelha um lado ainda mais dramático da violência. Feminicídios e estupros são majoritariamente cometidos contra mulheres negras, replicando inequidades observadas em outros indicadores sociais.

Considerando a faixa etária, 61,4% dos estupros em 2022 tiveram como vítimas crianças menores de 13 anos e 10,4% tinham menos de quatro anos. Diariamente, 19 crianças menores de quatro anos foram estupradas. Na maioria dos casos, o agressor era um familiar.

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