Entender a alocação de recursos e distribuição do poder no domicílio são aspectos relevantes da pesquisa, diz Maria Dolores Montoya Diaz
(Jornal da USP, 21/10/2019 – acesse no site de origem)
Traçar um diagnóstico preciso é fundamental para a efetividade das políticas públicas. Apesar dos avanços decorrentes da Lei Maria da Penha, há grandes lacunas sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil. A Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF Mulher) traz dados indispensáveis para pensar a questão. O Jornal da USP no Ar conversou sobre a temática com a professora Maria Dolores Montoya Diaz, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e do grupo de pesquisa EconomistAs Brazilian Women in Economics.
A PCSVDF Mulher é uma iniciativa da Universidade Federal do Ceará (UFC) com o Instituto Maria da Penha (IMP). A professora Maria Dolores explica que a pesquisa está em sua terceira onda. Enquanto as duas primeiras abrangeram 10 mil domicílios em todas as capitais nordestinas, a terceira onda irá englobar as cidades de São Paulo, Porto Alegre, Belém e Goiânia. A proposta agora é desenvolver um quadro geral sobre a violência doméstica, esclarece a professora.
Maria Dolores conta que entender questões como a dinâmica familiar, alocação de recursos e distribuição do poder dentro do domicílio são aspectos importantes da pesquisa. Outro ponto são as peculiaridades de cada região. Existem fatores culturais que devem ser computados e compreendidos. Ou seja, a PCSVDF Mulher opera na interdisciplinaridade.
O EconomistAs Brazilian Women in Economics organizou a Semana EconomistAs, de 22 a 24 de outubro. Na terça-feira (22), ocorre o seminário sobre a PCSVDF Mulher, com o orientador científico da pesquisa, José Raimundo Carvalho. E, na quarta-feira (23), serão divulgados os dados da terceira fase da pesquisa. O evento terá outras atividades, como uma coletiva com Maria da Penha. Para inscrições e mais informações acesse o site da Semana EconomistAs.