As mulheres são o alvo preferencial dos discursos de ódio na internet no Brasil.
Os chamados masculinistas se reúnem em comunidades digitais para questionar e combater o que veem como privilégios das mulheres na sociedade.
A onda misógina popularizou termos como “red pill” e seus porta-vozes, que incluem influenciadores como Thiago Schutz, o “Calvo do Campari”, Rafael Aires e Júnior Masters, um dos criadores do Redcast.
Juntos, os 11 principais canais desse segmento no YouTube somam mais de 4 milhões de seguidores e mais de 1 bilhão de visualizações.
O discurso hostil dos masculinistas ataca todas as mulheres brasileiras, em especial às mães solos, mulheres acima de 30 anos, feministas e mulheres com atuação política no país, seja de esquerda ou direita
A hostilidade nessa plataforma é centrada no ataque a mães solteiras, mulheres acima de 30 anos, feministas ou fora dos padrões de beleza.
Normalizado na superfície em canais populares, esse discurso corre solto no submundo digital de grupos misóginos que se multiplicam no Telegram.
Nos últimos três anos, o volume de mensagens de ódio contra mulheres nesse aplicativo superou em quatro vezes a soma das manifestações de racismo, xenofobia contra nordestinos, capacitismo e LGBTfobia.
Esse dado faz parte de um levantamento inédito feito para o UOL pela UFBA (Universidade Federal da Bahia), em parceria com a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e apoio do InternetLab, centro de pesquisa de direito e tecnologia.