Iniciativa ressurge como braço da campanha #ElasFicam e busca encaminhar registros para órgãos competentes
Uma plataforma virtual está recebendo denúncias de casos de violência política de gênero e raça para apoiar mulheres, principalmente negras e indígenas, que ocupem postos em espaços de poder e precisem denunciar eventuais ataques aos seus direitos. A medida vale para quem atua nos Poderes Legislativo, Executivo e em âmbito comunitário. O objetivo é registrar as ocorrências e encaminhá-las para os órgãos responsáveis, como as ouvidorias do Ministério Público Federal (MPF), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do MP do Estado onde tiver ocorrido a violência e ainda para o sistema de denúncias do TSE.
A plataforma está no ar desde setembro do ano passado, mas volta à tona agora como um dos braços da campanha #ElasFicam, lançada no início de julho para defender o mandato das seis deputadas federais que hoje estão no alvo de um processo-relâmpago agilizado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Célia Xakriabá (PSOL-MG), Erika Kokay (PT-DF), Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Juliana Cardoso (PT-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Talíria Petrone (PSOL-RJ) entraram na berlinda da extrema direita após chamarem de “assassinos” os parlamentares que votaram a favor da proposta que estabelece o marco temporal das terras indígenas, hoje em tramitação no Senado. As deputadas foram denunciadas ao Conselho de Ética pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.