Passados 90 anos da conquista do voto feminino e da capacidade eleitoral passiva para mulheres, o que faz com que uma professora universitária, mestre, antropóloga, e referência acadêmica sobre direitos reprodutivos femininos, deixe sua família, seu emprego e seu país para se radicar em um país estrangeiro sozinha? Ou o que faz uma vereadora transsexual, mulher mais votada de uma câmara de vereadores de uma cidade, ser afastada do país por decisão de seu partido por razões de segurança, cujo mandato passou a ser exercido remotamente?
Ainda, o que faz com que uma Deputada Federal brasileira, professora, negra e feminista recorrer às Organizações das Nações Unidas para pedir proteção de sua vida?
Também vale indagar o “porquê” de uma jovem ativista pelo direito à Educação sofra constrangimentos dentro de seu próprio partido, por correligionários, pelo simples fato de ser mulher?
Afinal, por que a vereadora carioca Marielle Franco, em 14 de março de 2018 foi assassinada em via pública no auge do exercício de seu mandato eletivo?
As questões acimas descritas foram e ainda são vividas por mulheres que ampliaram suas vozes políticas e de opinião, e, assim também ampliou a rede de repulsa machista e misógina na política em forma de ameaças, agressões – físicas ou morais – constrangimentos, perseguições, achincalhes, humilhações, que são direcionados para impedir, embaraçar ou de qualquer forma afastar a participação delas na política e ambientes de poder.