Registros de estupro aumentam em 50% nos dias de Carnaval

Foto: Geyse Santa Brígida/@ateliedasmemorias

24 de fevereiro, 2023 Gênero e Número Por Schrilei Alves

Dados dos dois últimos carnavais pré-pandemia também apontam que proporção de autores desconhecidos da vítima e alcoolizado aumenta, na comparação com o restante do ano

Entender a ausência de consentimento como uma violência em atos de conotação sexual ainda é um problema no Brasil e os dados comprovam isso. O período do último Carnaval, que ocorreu oficialmente em 2020, pouco antes do isolamento provocado pela pandemia da Covid-19, registrou 50% mais notificações de ocorrências de estupro de mulheres por dia do que a média diária do ano.

Adesivos corporais com o “não é não” e leques de papelão com frases de alerta para o assédio sexual são alguns dos sinais dados pelas mulheres de que a roupa ou o fato de elas ingerirem algum tipo de entorpecente não dão passe livre aos seus corpos. Mas, apesar dos esforços das campanhas que percorrem os foliões, os registros de violência aumentam nesta época do ano.

Ainda que 2020 tenha sido afetado pelo isolamento social, o que pode ter reduzido o número de casos ao longo do ano, o período de Carnaval do ano anterior também foi marcado pelo aumento de estupros em relação ao resto do ano. Em 2019, os dias de folia tiveram 36% mais notificações do que a média diária do ano.

A análise foi feita pela Gênero e Número a partir dos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Os números trazem os registros feitos em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), motivados pelas violências.

Os registros do Sinan apontam ainda mais ocorrências cujo autor é desconhecido da vítima no período da folia do que nos outros dias do ano (48% no Carnaval de 2020 e 37% no restante do ano).

O sistema de saúde também compila notificações de assédio sexual, o que não configura, necessariamente, o mesmo assédio previsto em lei que tem a prerrogativa da hierarquia entre o agressor e a vítima (chefe e subordinada, por exemplo). Para entrarem no sistema de saúde, essas notificações, normalmente estão atreladas a outro tipo de violência, como agressão física.

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