Poderosa indústria pornográfica retroalimenta absurdo de forma perversa
(Folha de S.Paulo | 22/12/2020 | Por Luciana Temer)
Uma menina chinesa é adotada por um casal americano e forçada a participar de vídeos pornográficos aos nove anos de idade. Aos 23, ela ainda luta para que seus vídeos parem de circular na internet.
Imagino que você, como eu, pense imediatamente na chamada deep web, na qual pessoas de bem não estão, porque é onde circula o crime. Mas não. Segundo reportagem recente do New York Times, reproduzida pela Folha, estamos falando do Pornhub, um site que tem 3,5 bilhões de visitas por mês, mais do que Netflix, Yahoo ou Amazon.
Vamos então falar um pouco sobre internet e violência sexual. Há quatro anos, quando criamos o Instituto Liberta e nos aprofundamos no drama da exploração sexual de crianças e adolescente, constatamos que digitar “novinha” no Google nos leva a inúmeras imagens e vídeos de cunho sexual. À época relacionamos as letras de funk e sua apologia à figura do “sexo com novinhas” e pensamos em como enfrentar isso.