Enquete revela quais espaços públicos de Belo Horizonte moradoras consideram inseguros para elas e relatam casos de assédio
“A rua é hostil, a cultura é hostil. Bairro de rico ou de pobre, nada muda”. Essa sensação é recorrente entre mulheres ouvidas pelo Estado de Minas em enquete que coletou centenas de depoimentos como esse para tentar traçar um mapa dos espaços de Belo Horizonte, públicos ou não, que elas consideram hostis para elas.
A maioria das respostas cita ruas, praças e transporte público, corroborando que, de uma forma geral, o espaço público é inseguro. Mas há também referências a bares, casas noturnas e lojas, entre outros – o que confirma as reflexões da pesquisadora canadense Leslie Kern no livro “Cidade feminista: a luta pelo espaço em um mundo desenhado por homens”: nos espaços públicos ou privados as mulheres se sentem inseguras.
A enquete feita no perfil do EM no Instagram ficou disponível na ferramenta stories por 24 horas, com duas perguntas: “Você considera Belo Horizonte uma cidade hostil para mulheres?” e “Leitora, qual espaço público de BH você considera hostil e por quê?”. O levantamento partiu de uma reflexão proposta no livro “Cidade feminista”, que fala sobre a relação entre os espaços urbanos e as mulheres.
A primeira pergunta da enquete teve resultados muito próximos entre quem considera BH uma cidade hostil para mulheres e quem acha que não. As respostas “sim”, ou seja, de que a capital mineira é ameaçadora a elas, teve 1.451 votos, o que representou 50,6% do total.