Caso de repercussão nacional provocou mudança no Código Penal e agora responsáveis podem ser punidos
(Natália Sousa/Revista AzMina) Imagina que a sua vizinha sofreu uma violência, um crime, um abuso e, mesmo com muito medo, ela procura a delegacia do bairro. Ela quer denunciar o que aconteceu, mas também busca apoio e orientação. Logo na porta, ela tem que explicar o motivo da denúncia para um policial. E em resposta, ele faz perguntas que parecem duvidar da existência do crime, dizendo coisas como: “mas a essa hora você estava na rua?” ou “mas você não achou perigosa essa festa?”.
Questionamentos que fazem com que a vítima se sinta envergonhada, humilhada e tenha vontade até de desistir do processo. A isso é dado o nome de revitimização ou vitimização secundária, e ela acontece quando quem deveria zelar pela justiça provoca mais violência.
Mas não é só assim que ela ocorre. Se a vítima tem que explicar detalhes do abuso ou da violência para um policial e depois tem que repetir a mesma história para o perito, para o advogado e para o juiz, isso também é revitimização. Imagina ter que reviver tudo o que aconteceu infinitas vezes só para atender uma burocracia?