Primeiras deputadas federais trans eleitas no Brasil, Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) foram os principais alvos identificado
(Lu Belin e Julianna Granjeia/Terra) O debate político que candidatas trans e travestis tentaram travar nas redes sociais durante a campanha eleitoral acabou sequestrado por conflitos ideológico-partidários, violência política, debates sobre segurança pública e disputas sobre representatividade de grupos historicamente minorizados. Levantamento do MonitorA revelou que as interações de usuários com as candidatas reproduzem o cenário de polarização política nacional. Comentários transfóbicos somam uma camada adicional de violência.
O observatório de violência política online – que reúne InternetLab, Revista AzMina e Núcleo Jornalismo – avaliou o discurso direcionado a 11 candidatas trans e travestis na campanha para o Congresso Nacional (confira a metodologia ao final da reportagem). As interações com as candidatas trans se concentram em torno de temas já populares no cenário político atual, barrando a conversa sobre outras pautas e projetos.
FEMINISMO E DIREITOS HUMANOS SEM INTERMEDIÁRIOS
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil teve, neste ano, 78 candidaturas trans. O MonitorA acompanhou as interações com 11 delas, entre as quais, três que se elegeram: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG), como deputadas federais, e Linda Brasil (PSOL-SE), como deputada estadual. Alexya Salvador (PT-SP), Atena Roveda (PDT-RS), Benny Briolly (PSOL-RJ), Biana Nunes (MDB-AL), Rafaela Esteffans (MDB-AP) e Robeyoncé Lima (PSOL-PE) serão suplentes. Paula Benett (PSB-DF) e Thabatta Pimenta (PSB-RN) não se elegeram.