Conselheiro acompanhou depoimento de jovem resgatada e diz que ela relatou cárcere privado e até 16 relações em uma noite
Mesmo com uma operação policial em curso há mais de um mês para retirada de invasores, a exploração sexual de adolescentes em garimpos na Terra Indígena Yanomami envolve várias meninas com menos de 18 anos de idade, cárcere privado, controle de alimentação, ameaças de morte e submissão a atividades sexuais reiteradas numa mesma noite.
O relato foi feito por uma adolescente de 15 anos resgatada pela PF (Polícia Federal) na noite desta terça-feira (14), segundo o Conselho Tutelar em Boa Vista, que acompanhou a jovem no depoimento à polícia na madrugada desta quarta (15).
Coube ao conselho buscar medidas protetivas e de apoio à adolescente, encontrada numa embarcação no rio Mucajaí, que cruza a terra indígena.
Segundo o conselheiro, operadores do garimpo fizeram contato com a menina pelas redes sociais. Esses operadores seriam dois homens e uma mulher, conforme o relato da vítima.
A proposta inicial foi de um trabalho como cozinheira, com remuneração de R$ 5.800 por mês, valor que poderia ser pago em dinheiro ou em ouro. A adolescente ouviu dos agenciadores que poderia retornar à sua cidade em um mês.
O contato teria sido feito há cerca de um mês, ou seja, quando a Operação Libertação, que busca destruir a logística do garimpo e promover a retirada dos milhares de invasores, já havia sido deflagrada.