Relato de participante da marcha e uma representante de um movimento feminista sobre a manifestação em prol das mulheres
Nos últimos 10 anos, o Brasil ficou marcado por reviravoltas sociais e políticas, iniciadas pelos protestos de junho de 2013. Entre esses movimentos, um dos mais marcantes foi a “Marcha das Vadias”, motivado pelo projeto que havia sido aprovado por comissões da Câmara dos Deputados: a chamada “bolsa estupro” referia-se ao Estatuto do Nascituro, proposta que previa uma bolsa de auxílio para mães que optassem por não abortarem filhos frutos de estupro. Após o movimento de 2013, o Estatuto do Nascituro não entrou em vigor. Em 2022, a pauta sofreu algumas modificações e ainda tramita no Congresso, o que demonstra que ela ainda pode ser levada para votação.
Com gritos como “Vem pra rua contra o machismo”, cerca de 3 mil manifestantes tomaram as ruas, em junho de 2013, com o objetivo de combater as injustiças de gênero e exigir a igualdade de direitos para todas as pessoas.
A jornalista Tamires Rodrigues, 27 anos, relembra que na época havia começado a pensar e procurar sobre questões políticas ligadas à mulher e, quando entrou em contato com os movimentos, e soube do projeto da “bolsa estupro” pela primeira vez, quis saber mais a respeito. “Descobri no Facebook que iria acontecer a Marcha no Plano Piloto, então eu quis demonstrar meu apoio e lutar por algo que acredito. Foi a primeira vez que participei de uma manifestação e foi bastante importante na época”, reforça.