De dentro da ‘minha bolha’, essencialmente composta por mulheres independentes e donas de seus passos, deparei-me com esse relatório do Pnud
Em muitas das minhas crenças ilusórias, chego a pensar que as relações intergêneros estejam em contínua evolução social. Ledo engano! Aqui cabe parênteses para a definição de gênero, que utilizo ainda no sentido binário. A pandemia da Covid-19 passou por todas as sociedades e deixou vários sinais de retrocesso, inclusive na crença sobre igualdade de gênero em relação a direitos e capacidades. Esse desalentador cenário é revelado pela segunda edição do Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado em maio último.
O Índice de Normas Sociais de Gênero (INSG) pode ser considerado um indicador subjetivo da percepção de homens e mulheres sobre igualdade social. Na prática, mede a distorção (preconceito) na visão, tanto de homens quanto de mulheres, sobre o papel e a igualdade de oportunidades entre gêneros. O INSG é captado em perguntas definidas em quatro dimensões: política, educacional, econômica e integridade física. À exceção da dimensão educação, com somente uma pergunta, as outras três são caracterizadas por duas indagações.
Muito interessante conhecer as perguntas para desvendar os preconceitos e crenças tanto de homens quanto de mulheres. Na dimensão política, as questões são “se os direitos iguais entre homens e mulheres é essencial para a democracia” e “se homens exercem melhor a liderança política que mulheres”. Na dimensão educação, a questão posta é “se a universidade é mais importante para homens do que para mulheres”. Na dimensão econômica, indaga-se “se homens deveriam ter mais direitos a trabalho do que mulheres” e se “homens são melhores executivos que mulheres”.