As desigualdades de gênero na ciência e no ensino superior são relativamente conhecidas ao redor do mundo. Com maior ou menor variação em intensidade de um país a outro, assimetrias atingem as mulheres cientistas em quase todas as partes do globo.
Além das diferenças de magnitude, os países também lidam de maneira diferente com esse problema. Um ponto de partida geral é o diagnóstico da conjuntura. Para enfrentar uma disparidade é preciso conhecê-la. É a partir da produção de indicadores sociais que conseguimos entender melhor quais políticas públicas podem ser formuladas para melhorar a vida da população. A própria difusão de estatísticas oficiais já é uma política pública. Os governos elegem aquilo que priorizam como informação a ser difundida sobre a sociedade.
A partir de resultados preliminares da pesquisa “Diversidade na Ciência Brasileira”, do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEMAA), com apoio do Instituto Serrapilheira, traçamos um breve panorama das desigualdades de gênero no campo científico e mencionamos algumas das medidas que têm sido adotadas para combatê-las.
A análise das hierarquias e sub-representações na ciência brasileira enfrenta uma dificuldade geral: a baixa disponibilização de dados sobre gênero e raça. O Censo da Educação Superior é o que temos de mais avançado no que diz respeito a discussões sobre os primeiros estágios de carreira.