PL prevê atendimento especializado para mulheres indígenas vítimas de violência de gênero

13 de setembro, 2023 Brasil de Fato Por Cristiane Sampaio

Proposta foi protocolada durante ação que marcou abertura da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas

A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) protocolou na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (11), uma proposta que busca combater a violência contra mulheres indígenas. O texto, já batizado de projeto de lei (PL) 4381/2023, estabelece procedimentos a serem adotados por unidades de polícia e outros órgãos do sistema de segurança pública para o atendimento a vítimas com esse perfil. A proposta mira todos os tipos de violência, como agressão física, psicológica, sexual, verbal, patrimonial, moral e política.

O projeto de lei prevê um acompanhamento especializado, cujo roteiro inclui desde o atendimento nas delegacias até a fase de orientação processual no casos em que houver pedido de medida protetiva. Também cria a chamada “Rede de Apoio Multidisciplinar”, que poderá contar com “membros da sociedade civil, advogadas populares, psicólogas, antropólogas, assistentes sociais e afins”.

A ideia é promover uma associação entre a rede e o poder público por meio de um termo de cooperação técnica para que os atendimentos à vítima sejam devidamente acompanhados. Essa vigilância deve incluir procedimentos emergenciais, atendimentos voltados à saúde, bem como as ações nas áreas de segurança pública, Justiça e rede socioassistencial.

“O projeto de lei visa cobrir todas as mulheres indígenas que colocam seus corpos, mentes e corações na proteção da própria vida e no cuidado com o meio ambiente. Entendemos que, além das violências enumeradas pela Lei Maria da Penha, mulheres indígenas ainda estão propensas a serem vítimas de violência política, por serem protetoras dos territórios, da Mãe Terra. Assim, muitas vezes precisam lutar contra o machismo incrustado dentro das comunidades para que o povo resista e sobreviva”, afirma Xakriabá, no texto de justificativa do PL.

A proposta também prevê a promoção de ações como rodas de conversas, debates e palestras com orientações sobre o conceito de violência contra mulheres indígenas. O texto determina que haja intérpretes dentro das comunidades para a disseminação desse tipo de informação entre as mulheres. “Prevemos, por exemplo, a presença de mais de um intérprete em casos de violência, pois é possível que um único seja parente/amigo do agressor e coloque a palavra da vítima em dúvida”, argumenta a deputada, no texto do PL.

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