Este mês a organização Think Olga a publicou estudo inédito que materializa o que pesquisadoras/es, médicas/os, psicólogas/os, especialistas e as próprias brasileiras têm constatado nos últimos anos, com mais ênfase no pós–pandemia: o crescimento desproporcional do adoecimento psíquico feminino.
De acordo com o relatório Esgotadas, feito com 1.078 mulheres de todo o Brasil, a ansiedade está presente na vida de seis em cada dez delas, índice acima da média global; ao lado de estresse, irritabilidade, fadiga, insônia, baixa autoestima e tristeza. Na pesquisa, indagasse: o que está adoecendo as mulheres?
Dentre as respostas, o empobrecimento; a insatisfação com o trabalho; a sobrecarga de tarefas domésticas e de cuidado; e até o medo da violência demonstram a gravidade do quadro e a urgência do olhar de gênero e suas intersecções no debate sobre saúde mental no país. Pela assimetria das relações sociais, homens e mulheres estão expostos a sofrimentos e impactos distintos na saúde.
As mulheres adoecem mais que os homens, não necessariamente por causas biológicas, mas por fatores relacionados à discriminação de gênero e aos papéis atribuídos historicamente a elas, que reservam uma condição de maior subordinação e desvantagem.