Violência psicológica contra pessoas trans subiu 20% no País; população negra é a mais afetada

29 de janeiro, 2024 Estadão Por Ma Leri

Janeiro é considerado o mês de conscientização sobre a saúde mental e também marca o período de reflexões sobre a importância da visibilidade trans. Dois temas que estão intimamente relacionados. Segundo o Atlas da Violência de 2023, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de 2020 e 2021, houve um aumento de 9,5% na violência física e de 20,4% na violência psicológica contra esse grupo no Brasil nos últimos anos.

Ao olhar para o perfil das vítimas de violência, os dados indicam que a população negra é a mais impactada. Veja:

Entre mulheres trans

  • Negras: 58%
  • Brancas: 35%

Entre homens trans

  • Negros: 56%
  • Brancos: 40%

Entre travestis

  • Negras: 65%
  • Brancas: 31%

Para Jovanna Baby, um dos principais expoentes do movimento trans no Brasil e fundadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (FonaTrans), é fundamental olhar para a questão da raçaao falar sobre violência contra pessoas trans. “Dados mostram que mais de 78% da população trans brasileira é preta”, comenta. “E, dos casos de transfeminicídio no Brasil, a maioria tem o recorte racial”, afirma.

Violências de todos os tipos
O advogado Júlio Mota, pós-graduado em Processo Civil pela PUC-Minas e em Relações de Gênero e Sexualidade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), observa que vários tipos de agressões estão presentes na vida de uma pessoa trans – vão desde o desrespeito ao nome social ou à identidade de gênero até à recusa de empregá-la por ser transexual ou travesti.

“A discriminação está em todos os contextos: familiar, profissional, escolar. E tudo isso contribui para que pessoas trans sejam colocadas à margem da sociedade sem conseguir, inclusive, acessar direitos básicos”, ressalta o advogado, que também é fundador do Transtornados, o primeiro time de homens trans e pessoas não binárias de Juiz de Fora (MG).

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