Emergência climática: como estão mulheres desabrigadas no Rio Grande do Sul

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Foto: Mídia Ninja

10 de junho, 2024 AzMina Por Emilene Lopes

Elas cuidam de tudo, assumem a linha de frente, se preocupam com segurança, respeito, e também sofrem com o que estão vivendo; 

Patrícia Zapelini, de 50 anos, saiu para trabalhar em uma quarta-feira chuvosa e não conseguiu voltar para casa. Depois de trabalhar a noite toda na portaria de um condomínio residencial, se deparou com a informação de que seu prédio estava cercado de água, no bairro Humaitá, em Porto Alegre (RS). Cansada, com fome e sem poder chegar em casa, Patrícia pediu ajuda para uma amiga, que a hospedou por três dias. Passou a fazer parte do grupo de mulheres desabrigadas no estado.

Em abril passado, o Rio Grande do Sul (RS) viveu sua pior tragédia com as chuvas, que começaram por Santa Cruz do Sul, e se espalhau para as demais regiões do Estado. Enchentes e alagamentos atingiram 476 municípios. Maio de 2024 foi de recordes na capital gaúcha. Foi o mês mais chuvoso de toda a série histórica da cidade e a elevação do nível do lago Guaíba chegou a mais de 5 metros.

Percebendo a demora dessa água em baixar, Patrícia decidiu procurar um local temporário. Ela foi a primeira moradora do abrigo da Escola Estadual Professor Sarmento Leite, na zona Norte de Porto Alegre. Chegou lá antes de ele abrir oficialmente, e conta que foi bem acolhida, pôde escolher um canto no Quarto 1, recebeu cobertor, roupas, comida, café e chá à vontade. Mas cada dia longe de casa, da rotina e da privacidade, foi abalando o emocional de Patrícia. “Eu tô doente, tô abatida. Só quero sair daqui para ir pra minha casa. Não quero ficar carregando minhas coisas de um lugar para outro”, desabafou.

Atualmente, 35 mil pessoas estão em abrigos provisórios e 575 mil desalojadas (em casas de parentes ou outros lugares). Já estão confirmadas 172 mortes e 44 pessoas desaparecidas. Os dados oficiais ainda não dão conta de fazer um recorte de gênero, classe e raça para a tragédia climática no RS. Não há informações precisas sobre quantidade de mulheres e seus perfis. A reportagem d’AzMina passou alguns dias em um dos abrigos e percorreu bairros de Porto Alegre para entender o impacto de tudo isso na vida de mulheres, mães, avós e meninas.

Acesse a reportagem no site de origem.

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