Novo artigo da série “Algo de novo sob o sol? Direito à Comunicação no primeiro ano do atual governo Lula” mostra que dados produzidos por organizações sociais e sindicais apontam redução dos índices de violência contra a imprensa; no entanto, cenário ainda é preocupante
As últimas pesquisas realizadas por entidades como Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) evidenciam que, embora os índices de violência contra jornalistas tenham sofrido redução nos últimos dois anos, essa ainda é uma realidade persistente e preocupante no país.
Da 110ª posição em 2022, o Brasil hoje ocupa o 82º lugar no ranking de liberdade de imprensa da RSF, que compara “o grau de liberdade desfrutado por jornalistas e meios de comunicação em 180 países ou territórios”. Na divulgação dos números, a organização internacional destaca que o atual governo Lula “traz de volta uma normalização das relações entre as organizações estatais e a imprensa”.
Essa melhora é ainda mais relevante tomando em consideração o fato de que, diferente do Brasil, mais da metade dos países do continente americano pioraram o quadro de independência e segurança para jornalistas.
A subida do Brasil no ranking, porém, não pode ocultar uma questão mais ampla, afinal, como enfatizado pela própria RSF, “a violência estrutural contra jornalistas, um cenário midiático marcado pela alta concentração privada e o peso da desinformação representam desafios significativos para o avanço da liberdade de imprensa no país”.