Relatório foi elaborado para busca de soluções junto a gestão estadual e municipal
Do atendimento às vítimas feito manualmente até a falta de comunicação interna, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, constatou que houve falhas em todo sistema estrutural da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande. A presença dela na Capital, nesta terça-feira (18), faz parte de uma sequência de apurações após áudios da jornalista Vanessa Ricarte, morta a facadas pelo ex-noivo, expor a negligência sofrida ao buscar ajuda.
Vanessa morreu na noite de quarta-feira (12) e seus áudios se tornaram públicos dois dias depois, levando o Ministério das Mulheres a acompanhar o caso de perto desde domingo (16). Com várias reuniões, de lá para cá, a ministra oficializa que houve falhas em toda a estrutura de atendimento às vítimas de violência doméstica.
“O que nós temos são falhas estruturantes de informação. Nós não conseguimos ter um sistema que um converse com o outro, que o psicossocial, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o juizado, falem com o outro, que as informações corram por dentro da Casa. O sistema ainda é manual”, detalha Cida.
Ela reforça que 70% dos serviços oferecidos são do Governo do Estado e que, por isso, é preciso discutir o modelo de gestão administrativa. Apesar de todas as falhas detectadas, a ministra pede para que as mulheres não deixem de acreditar no modelo e que a situação seja resolvida.