Paraná registrou 70 mil casos de violência contra mulheres em 2024

16 de julho, 2025 Brasil de Fato Por Redação

Omissão institucional e tentativa de silenciamento estimulam violência política de gênero

Em 2024 foram registrados mais de 70 mil casos de mulheres vítimas de violência no Paraná, mais de 50 mil pedidos de medidas protetivas, segundo a delegada Luciana de Novaes, que comanda às 21 Delegacias da Mulher do Estado. Esses são dados que foram apresentados durante a audiência pública “Violência Política de Gênero” ocorrida na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A discussão ocorre uma semana antes do Dia Estadual de Combate ao Feminicídio (22 de julho) e traz relatos de mulheres e parlamentares alvo de violência no legislativo e tentativa de silenciamento nos espaços que ocupam.

O Mapa da Segurança Pública de 2024 mostra que sete mulheres foram mortas por dia no Brasil. No Paraná, no primeiro semestre de 2024, o estado registrou 168 casos (69 consumados e 99 tentativas), sendo o segundo estado com mais ocorrências no período. Já neste ano, o Laboratório de Estudos de Feminicídios da UEL (Universidade Estadual de Londrina) contabilizou 87 feminicídios até março.

No próximo dia 22 de julho, é Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. A data foi definida em memória à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava, vítima do crime. A data será marcada pela realização da 3ª Caminhada do Meio-Dia contra o Feminicídio, promovida pela Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), do Governo do Paraná. Mais de 150 cidades confirmaram participação.

Parlamentares alvos de ataque institucional e social

A violência institucionalizada foi um dos focos do debate. Ana Júlia, deputada estadual do PT, disse que é necessário cada vez mais dar espaço e voz para as mulheres se manifestarem politicamente, ainda mais que “a gente acompanha cotidianamente alguma forma de violência de gênero nestes espaços. Sem mencionar a dificuldade de acessar posições de poder na nossa sociedade. Não é à toa que a gente tem dados alarmantes sobre feminicídio e violência de gênero”, observa a parlamentar que é alvo de um pedido de cassação do deputado bolsonarista Ricardo Arruda (PL) após ser denunciado por faltas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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