(Portal Adital) Cerca de 2,3 milhões de pessoas se infectaram pelo vírus HIV/Aids em todo o planeta em 2012, somando-se às 35,3 milhões de pessoas que já conviviam com o vírus no mundo. Registros também indicam que 1,6 milhão de portadores do HIV morreram por enfermidades relacionadas à Aids no ano passado. Embora os números ainda sejam elevados, observa-se uma redução de 33% no número total de novas infecções e de 52% em infecções de crianças desde 2001, graças ao trabalho de prevenção e expansão do acesso ao tratamento antirretroviral, que também incidiu na diminuição do número de mortes pela doença. Neste domingo, 1° de dezembro, o mundo todo une forças no Dia Internacional de Luta contra a Aids.
Na América Latina e Caribe, o acesso ao tratamento antirretroviral tem superado as expectativas: três de cada quatro pessoas infectadas conseguem o tratamento na região, segundo afirma o informe “Tratamento antirretroviral sob a lupa: uma análise de saúde pública na América Latina e Caribe 2013”, da Organização Panamericana de Saúde (Opas)/ Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse dado coloca o continente latino-americano à frente de outras regiões em desenvolvimento na questão de cobertura de tratamento antirretroviral.
Argentina, Barbados, Brasil, Chile, Cuba, Guiana e México são os países que já alcançaram a cobertura universal, ou seja, mais de 80%, no tratamento antirretroviral. Outros 11 países estão perto de alcançar essa meta, com uma cobertura próxima ou maior que 70%, como é o caso de Bahamas, Belize, Costa Rica, Jamaica, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Trinidad e Tobago, e Venezuela.
Segundo o informe, em dezembro de 2012, 725 mil pessoas estavam recebendo tratamentos antirretrovirais na América Latina e Caribe. O número equivale a 75% do total de pessoas estimadas a receber o tratamento, segundo dados da OMS de 2010.
Sete países da região – Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Equador e Honduras – estão seguindo as recomendações da OPS/OMS de dar tratamento antirretroviral em uma etapa inicial da infecção pelo vírus HIV, tanto a fim de melhorar a saúde como para reduzir os riscos de transmissão. No entanto, o Brasil anunciou seu plano de adotar a política do “test and treat”, ou seja, de oferecer tratamento antirretroviral para todas as pessoas com diagnóstico de infecção de HIV.
O informe também mostra os avanços dos países em reduzir sua dependência do financiamento externo para esse tipo de tratamento, mas mostra que os preços pagos por diferentes países por antirretrovirais variam muito. Em alguns locais, a diferença no preço do mesmo medicamento é 77 vezes superior que em outros países. Em média, 75% dos orçamentos dos países para a atenção e tratamento de HIV se destinam à compra de antirretrovirais;
De acordo com o relatório, a cobertura de tratamento antirretroviral é mais baixa para crianças. Das 725 mil pessoas que estão recebendo antirretrovirais na América Latina e Caribe, cerca de 26,9 mil são crianças menores de 15 anos.
Ações
Em celebração ao Dia Mundial de Ação contra o HIV/Aids, o Ministério da Saúde do Brasil lançou uma nova estratégia que oferece tratamento antirretroviral para todas as pessoas que vivem com HIV, independentemente da contagem das células de defesa CD4. Além disso, em vários estados do país haverá atividades de prevenção ao vírus e testagem rápida para detecção – ou não – do HIV.
Na Venezuela, a organização StopVIH, que realiza campanhas preventivas sobre o vírus HIV, promove, no dia 1º de dezembro, a Corrida 10K e a Caminhada 5K, na ilha de Margarita.
O Dia Mundial de Ação contra o HIV/Aids é celebrado em cada dia 1º de dezembro para chamar a atenção sobre o vírus HIV/Aids e para demonstrar a solidariedade internacional frente à possibilidade de uma pandemia. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre os perigos desta infecção.
Acesse o PDF: Acesso ao tratamento antirretroviral supera expectativas na América Latina (Portal Adital – 29/11/2013)