15/12/2013 – Eleições no Chile consagram recorde de mulheres presidentes no continente

15 de dezembro, 2013

(O Globo) A ex-presidente socialista Michelle Bachelet e a ex-ministra conservadora Evelyn Matthei disputam neste domingo o comando do Chile pelos próximos quatro anos. As últimas pesquisas indicam que Bachelet é a favorita para ganhar o pleito. Mas, independentemente da vencedora, Bachelet e Matthei já marcam um recorde: é a primeira vez na América Latina que o segundo turno de votações presidenciais será decidido entre duas mulheres, e, a partir de 11 março, dia previsto para a posse, haverá pelo menos quatro mulheres no comando de seus países, um número inédito.

Pode haver ainda uma quinta presidente eleita no continente no ano que vem, se a ex-primeira-dama de Honduras, Xiomara Castro, mulher de Manuel Zelaya, vencer as eleições presidenciais de Honduras em novembro de 2014. Até então, na América Latina, as mulheres estão no comando no Brasil – com a presidente Dilma Rousseff -, na Argentina – com Cristina Kirchner – e na Costa Rica, com Laura Chinchilla.

Apesar de o Chile estar prestes a ter outra presidente (Bachelet já comandou o país entre 2006 e 2010), a maioria das chilenas vive outra realidade, longe de ter a mesma representação política, econômica e social dos homens. Segundo um relatório difundido pelo Fórum Econômico Mundial, o Chile ocupa o 91º lugar numa lista de 136 países que mede indicadores sobre igualdade de gênero, como participação e oportunidades econômicas, escolaridade, poder político e saúde.

É verdade que houve avanços na representação política feminina: a Câmara de Deputados ganhou mais uma integrante e conta atualmente com 18 deputadas entre 120 cadeiras, e o Senado passou de cinco a sete senadoras, de um total de 38. Mas as mudanças avançam lentamente, e a diferença entre homens e mulheres continua gritante.

Na área profissional, a desigualdade se repete. Apenas 3% dos cargos de direção de empresas estão nas mãos de mulheres, e a diferença salarial em relação aos homens chega a 30% no país. O Chile tem, ainda, uma das taxas mais baixas de participação feminina no mercado profissional da América Latina, de 48%.

Além disso, segundo um relatório do Serviço nacional da Mulher (SNM), 77% dos homens chilenos acreditam que elas são a principal responsável pela criação dos filhos. A resposta da maioria das chilenas ilustra o desafio de gênero no Chile: 87% delas dizem que o país é machista.

Acesse o PDF: Com Bachelet ou Matthei, eleições no Chile consagram recorde de mulheres presidentes no continente (O Globo – 15/12/2013)   

 

 

 

 

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