(Agência Patrícia Galvão, 03/06/2014) A Rede Mulher de Educação e o Grupo de Estudos de Gênero e Religião Mandrágora/Netmal da Universidade Metodista de São Paulo, com o apoio da WACC (World Association for Christian Communication), está desenvolvendo o projeto “A mulher no noticiário brasileiro”, com o objetivo de analisar as notícias divulgadas por veículos impressos, online, de TV e rádio.
Profissionais, pesquisadores e especialistas em comunicação e gênero irão analisar aspectos como quantidade de notícias sobre as mulheres, em que editorias, sub-representação incluindo os critérios de raça/etnia e orientação sexual, percentual de matérias que reforçam estereótipos ou que os questionam e qual a abordagem utilizada pelos meios em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
Uma das responsáveis pelo projeto, a jornalista Vera Vieira ressalta que “a influência negativa dos estereótipos na luta por uma sociedade mais justa e equitativa vem sendo detectada há décadas”. Vera é coordenadora-executiva da Rede Mulher de Educação, especialista em Gestão de Processos Comunicacionais e mestra em comunicação e educação pela USP. Segundo ela, o projeto “busca estudar a representação de mulheres e homens, considerando-se as perspectivas de gênero, étnico-racial e de orientação sexual, nas notícias de jornais impressos, internet, rádio e TV, com o objetivo de documentar e adotar mecanismos de incidência para alterar padrões estereotipados”, além de incidir sobre a formulação de políticas públicas.
Os parâmetros de avaliação têm por base a metodologia utilizada pelo Projeto de Monitoramento Global de Mídia (GMMP, na sigla em inglês) – iniciativa de advocacy e pesquisa internacional que visa promover a igualdade de gênero na mídia e por meio dela. o GMMP existe desde 1995 e reúne uma rede de organizações e especialistas em mais de cem países. A cada cinco anos o projeto realiza essa ação em nível internacional. No Brasil será a terceira vez que a iniciativa acontece.
O monitoramento será feito em um dia do mês de junho. “Considera-se estratégica a escolha de uma data de monitoramento durante o período de realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil, para se analisar os estereótipos discriminatórios que prevaleceram nas notícias na ocasião, quer tenham ou não relação com o evento”, afirma o documento base do projeto.O trabalho de análise das mídias será realizado de forma voluntária.
Os resultados serão analisados quantitativa e qualitativamente também por uma equipe de especialistas. O relatório final será produzido por Vera e Sandra Duarte de Souza (que também coordena o projeto representando o Mandrágora/Netmal/UMESP). Os dados serão publicados e distribuídos nacionalmente, inclusive para os veículos de comunicação.
Atualizada em 04/06/2014 às 12h16.