Às vésperas do Dia Internacional da Mulher o Ministério da Saúde divulgou levantamento que mostra que o número de consultas de pré-natal aumentou 86,4% – de 9,8 milhões, em 2003, para 18,2 milhões, em 2008.
Para o diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do ministério, José Luiz Telles, a principal causa desse salto foi o aumento da cobertura do Programa Saúde da Família (PSF), que dispensa hospital. “A mulher já não precisa procurar um hospital para as consultas de acompanhamento da gravidez. Ela vai até o posto mais perto de sua casa. E, se não for, o agente de saúde vai à casa dela saber o que está acontecendo.”
O aumento no número de consultas de pré-natal teve reflexo também na queda da mortalidade materna. O dado mais recente, de 2007, mostra que, de cada 100 mil mulheres que dão à luz uma criança viva, 50,3 morrem. Em 2003, essa taxa era de 52,1 por 100 mil; em 2004, de 54,4 por 100 mil.
“O pré-natal identifica situações de risco. Uma das maiores causas de morte materna é a hipertensão seguida de hemorragia, que é facilmente diagnosticada no pré-natal”, declarou o diretor José Luiz Telles. Ele ressaltou que o ministério tem investido na notificação de morte de gestantes.
“A maior cobertura do PSF também permitiu ampliar o acesso a métodos contraceptivos: em 2008, 34,5 milhões de mulheres de 10 a 49 anos foram atendidas em consultas de planejamento familiar, em comparação com 30,2 milhões em 2003. O número de atendimentos para fornecimento e implantação de DIU e diafragma cresceu 41,8% em cinco anos.
“Os dados sobre curetagem em mulheres com complicações após aborto são um indicativo indireto do acesso maior aos métodos contraceptivos.” A queda desse procedimento foi de 14,9% em cinco anos.
Acesse a matéria: O Estado de S.Paulo – 07/03/2010