(O Estado de S. Paulo) Aos 42 anos, ela assumiu um dos cargos mais importantes do Estado de São Paulo. Segundo a reportagem do Estadão, seu discurso em favor dos desfavorecidos é apaixonado, contundente e didático.
Sobre seu trabalho à frente da Defensoria Pública, ela explica: “O defensor público não é só um ‘advogado de pobre’. Seu compromisso é com a transformação social. Está no artigo III da Lei Orgânica 988/2006: a ele se atribui a função de mudar o estado das coisas “.
Daniela Cembranelli foi eleita com ampla vantagem: teve 296 votos, contra 86 do segundo lugar e 71 do terceiro. “Contou pontos o empenho com que coordenou em Brasília o núcleo de segunda instância e tribunais superiores, nos quais lutava até os últimos argumentos pelos direitos dos muito carentes”, diz a matéria.
“Ela é aguerrida, batalhadora e está envolvida com o projeto da Defensoria desde o início. É a mais preparada para tirá-lo do papel”, elogia sua antecessora, Cristina Guelfi, cujo apoio à candidatura foi crucial.
“Por todos esses atributos, a nova defensora-geral reage mal quando associam sua vitória ao fato de ser mulher do promotor-herói do ano, Francisco Cembranelli, que atuou no caso Isabella Nardoni. ‘Ele é promotor, eu concorria à Defensoria Geral. São funções opostas, nada a ver’.”
Quando Daniela resolveu concorrer à Defensoria, conversou com o marido para saber se ele a ajudaria com os filhos do casal meninos. “Me prontifiquei a ‘substituí-la’, se é que é possível substituir uma mãe”, disse o promotor.
Daniela Cembranelli diz que até a faculdade (Universidade de Brasília) ela gostava de brincar especialmente com meninos. Diz ela que ainda considera a amizade dos homens mais leal.
Diz a reportagem que até 2006, quem fazia o trabalho dos defensores públicos eram os procuradores de assistência judiciária. Dos 330 procuradores que atuavam na área, apenas 87 optaram por trabalhar na Defensoria Pública. “Ela e os outros 86 deixaram de ganhar 50% no salário, basicamente para seguir um ideal.”
Acesse a íntegra em pdf: Daniela Cembranelli, a nova defensora-geral (O Estado de S. Paulo – 09/05/2010)