(O Estado de S. Paulo) Luiza Nagib Eluf , procuradora de Justiça do Ministério Público de São Paulo, assina artigo em que aborda a participação das mulheres brasileiras na política.
“As próximas eleições já entraram para a História, independentemente do resultado. Pela primeira vez no País duas mulheres disputam o cargo de presidente da República e estão entre os principais candidatos. Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) são as protagonistas deste pleito. Antes delas tentaram Lívia Maria Pio de Abreu (em 1989, ficando em 17.º lugar) e Heloísa Helena (em 2006, em 3.º lugar, com expressiva votação).”
Embora comemore a crescente participação das mulheres na vida política brasileira e o fato de haver duas fortes candidatas ao mais alto posto executivo do país, Luiz Eluf lembra que a situação ainda está muito aquém do desejado, tanto no Executivo como no Legislativos. “Somos a maioria da população do País e representamos 40% da força de trabalho fora do lar, mas continuamos invisíveis na área pública”, lamenta a procuradora.
“A emancipação efetiva só será realidade quando atingir todas as mulheres, em todas as classes sociais. Enquanto houver violência doméstica, discriminação no trabalho fora do lar e abusos sexuais, nenhuma sociedade poderá dizer que a igualdade de gênero foi alcançada. Por isso, fortalecer e proteger a população feminina deve ser um projeto de governo.”
E Luiza Eluf cita como exemplo de política o modelo adotado por Michelle Bachelet, no Chile, e por José Luiz Zapatero, na Espanha, “que decidiram nomear um Ministério paritário (metade homens e metade mulheres). Essa medida, na esfera do Poder Executivo, é fundamental para promover o respeito a uma parcela da população até hoje subjugada e menosprezada pelos padrões patriarcais. Se as mulheres não estiverem no poder, suas reivindicações não serão concretizadas e os projetos que as beneficiam estarão fadados ao esquecimento”, diz a procuradora.
“Democracia aprende-se, constrói-se e se exerce. No caso das mulheres e de outros segmentos excluídos, a verdadeira democracia requer o acesso ao poder político. O Brasil cidadão precisa ser mais feminino, mais tolerante, mais igualitário, mais atento à preservação ambiental, em suma, mais responsável pelo seu futuro, nos exatos termos consignados em nossa Constituição”, encerra a procuradora.
Leia a íntegra do artigo: Mulheres na política, por Luiza Nagib Eluf (O Estado de S. Paulo – 29/05/2010)
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