(O Estado de S. Paulo) A seguir, alguns trechos selecionados do artigo assinado por Márcia Cavallari Nunes e Silvia Cervellini – respectivamente, diretora executiva e diretora de atendimento e planejamento do Ibope Inteligência -, em que as especialistas analisam os resultados de uma série de três pesquisas de intenção de voto para presidência e explicam o conceito de “volatilidade do voto”. Entre os principais achados, destacam-se as oscilações dos votos de mulheres e jovens.
“É conhecida a imagem usada pelos especialistas para descrever o significado dos resultados das pesquisas eleitorais, como ‘um retrato do momento’. Por trás dessa metáfora do retrato existe um fenômeno muito real e importante conhecido na ciência política como ‘volatilidade’ do voto ou do eleitor. A volatilidade é mais presente em períodos pré-campanha eleitoral, e, quanto maior ela for, maior a dificuldade para precisar os resultados finais de uma eleição.”
“Essa maior volatilidade de jovens e mulheres pode ser confirmada nos resultados dessas três pesquisas recentes do Ibope Inteligência. Entre as mulheres a intenção de votar em Dilma cresceu de 33% para 37% entre a rodada do início de junho e a do meio do mês. Em seguida, a intenção de voto para Serra subiu 4 pontos porcentuais (de 37% para 41%) na rodada do final do mês, em detrimento de Dilma, cuja intenção de voto entre as eleitoras é hoje 3 pontos porcentuais inferior à registrada na pesquisa anterior. Já entre os homens, os porcentuais sofrem oscilações residuais.”
“O crescimento da exposição declarada às propagandas de José Serra entre início e final de junho foi significativamente maior entre mulheres, eleitores com nível superior, eleitores com renda familiar de até um salário mínimo, eleitores das regiões Norte/Centro-Oeste e Sudeste.”
Desses cinco segmentos do eleitorado mais impactados pela propaganda do PSDB, três correspondem aos que identificamos como mais voláteis. Pode-se concluir, portanto, que, para as mulheres, eleitores com nível superior e eleitores do Sudeste, as propagandas partidárias provocaram movimentos relevantes, provavelmente potencializados pela volatilidade desses segmentos no contexto da disputa entre Dilma Rousseff e José Serra.
Leia na íntegra: O eleitor volátil e a propaganda, por Márcia Cavallari e Silvia Cervellini (O Estado de S. Paulo – 18/07/2010)