(O Estado de S. Paulo) Em artigo publicado no The New York Times, David W.Dunlap, professor de História da Universidade de Chicago, recorda o árduo processo que levou à conquista do direito de voto para mulheres e negros nos EUA, um país que hoje está dividido na polêmica sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo.
“Em geral, somos levados a achar que a aprovação do sufrágio feminino (o próprio termo é antiquado) era inevitável, uma mudança que não poderia mais se fazer esperar. Afinal, votar é agora um ato comum para as mulheres. E, embora elas ainda sejam pouco representadas no Congresso americano, há influentes senadoras e deputadas, e mulheres de grande destaque ocupam o cargo de governadoras e prefeitas, além de cadeiras no Legislativo em todo o país. Entretanto, nos Estados Unidos, a oposição intransigente desprezou o movimento sufragista por muitas décadas no século 19. Em 1920, este continuava sendo combatido no Sul, onde era suficientemente forte para quase bloquear sua ratificação.”
“A lógica da privação das mulheres do direito de voto ajudava a legitimar a posição dos negros como cidadãos de segunda classe.”
“Hoje, os EUA estão novamente dividido na questão da extensão do direito de cidadania. Na controvérsia a respeito dos casamentos de pessoas do mesmo sexo, a perspectiva da proteção constitucional faz lembrar a truculência de uma parte do país, a aprovação de outra. Portanto, é notável que um conflito paralelo – que expõe também os temores e as ansiedades suscitados pela ampliação da democracia – hoje tenha sido em grande parte esquecido.”
Leia esse artigo na íntegra: A luta esquecida pelo voto feminino e dos negros, por David W.Dunlap (O Estado de S. Paulo – 29/08/2010)