(Veja, 07/04/2015) O Exército será responsável por apurar as acusações de que militares e civis americanos abusaram sexualmente de 53 mulheres e meninas no país
O Exército dos Estados Unidos comunicou nesta terça-feira que abrirá uma investigação para apurar as denúncias de que aproximadamente 53 mulheres e meninas foram estupradas por soldados e civis americanos na Colômbia. Os crimes teriam sido cometidos entre 2003 e 2007 em uma região próxima à base militar americana de Tolemaida, na província de Tolima, região centro-oeste do país. “Após a coordenação com as autoridades colombianas, iniciaremos investigações sobre toda alegação crível de abuso sexual ou qualquer outro crime”, disse Chris Grey, um porta-voz do comando de investigação criminal do Exército americano.
As acusações ressurgiram recentemente após a publicação de um relatório de 800 páginas que aborda as razões históricas por trás do confronto de 50 anos entre o Exército colombiano e o grupo terrorista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Em um capítulo que aborda o papel dos Estados Unidos no conflito, o autor Renán Vega afirma que há “informação abundante sobre a violência sexual” cometida por soldados e civis que haviam sido contratados para exercer funções defensivas. Vega, que é professor de história, diz que os crimes não foram solucionados “devido aos acordos bilaterais e à imunidade diplomática garantida aos oficiais dos Estados Unidos”. O país forneceu mais de 9 bilhões de dólares em ajuda militar para a Colômbia desde 2000, segundo o jornal The Guardian.
Uma das acusações diz respeito às filmagens pornográficas de menores de idade feitas por “mercenários”, de acordo com Vega. À época do crime, o jornal El Tiempo, da capital Bogotá, reportou que seus jornalistas haviam assistido a três vídeos. Nas imagens, homens semelhantes a “estrangeiros” também apareciam mantendo relações sexuais com mulheres locais. As vítimas foram obrigadas a dizer os nomes e idades para as câmeras, informou Chris Grey.
O porta-voz americano também declarou ao Guardian que os Estados Unidos chegaram a investigar um caso envolvendo uma garota de 12 anos que teria sido sequestrada e estuprada por um sargento e um civil, em 2007. Após um inquérito preliminar, no qual os investigadores não tiveram sucesso em entrevistar a vítima, as alegações foram classificadas como “infundadas”.
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