Passadas duas semanas da posse e a primeira reunião ministerial, a mídia continua tentando “desvendar/enquadrar” o estilo de governar da presidenta Dilma Rousseff:
“Depois de passar as primeiras semanas praticamente trancada em seu gabinete, no terceiro andar do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff faz sua reestreia em palanques após as eleições de 2010. (…) Diferentemente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que ‘inaugurou’ muitas ‘pedras fundamentais’, a presidente sobe ao palanque para inaugurar a usina Candiota III, que já está operando desde o início do ano.” – Dilma faz nova estreia em palanques (O Estado de S. Paulo – 24/01/2011)
“Executivas de grandes empresas e especialistas em administração ouvidas pelo Estado aprovam a estreia da presidente e sua intenção de imprimir características da gestão privada no poder público. Todas admitem, porém, que não há como ignorar as demandas políticas.” – Presidente ‘gerentona’ entusiasma executivas (O Estado de S. Paulo – 23/01/2011)”
“A ênfase dada à gestão, aos detalhes do planejamento, tão ao gosto da nova presidente, ‘não significa que a política fique em baixa ou tenha menor peso no governo’, lembra o cientista político Amaury de Souza, da MCM Consultoria.” – Gestão em alta ”não quer dizer política em baixa” (O Estado de S. Paulo – 23/01/2011)
“Com uma exceção – a recusa da presidente Dilma Rousseff a se engajar, pelo menos no início do seu mandato, na promoção inevitavelmente onerosa de reformas estruturais, como a da Previdência e do sistema político -, a linha geral do novo governo parece apontar para a direção certa. Anunciadas na primeira reunião ministerial, que se alongou por quatro horas na última sexta-feira, as intenções da presidente representam, em alguns casos, uma virada de página em relação ao passado recente.” – O bom início do governo Dilma, editorial (O Estado de S. Paulo – 18/01/2011)
“Seguindo iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma Rousseff vai manter a publicação de uma coluna semanal em jornais regionais de todo o país. (…) Uma outra iniciativa de comunicação criada pelo ex-presidente e que também será mantida pela presidente Dilma é o ‘Café com o Presidente’, programa de rádio veiculado às segundas-feiras pela manhã.” – Presidente Dilma manterá coluna em jornais populares (Folha.com – 17/01/2011)
“O fato é que está em curso a venda da imagem da ‘gerentona’, dura nas cobranças, que marca reuniões de modo a obrigar sua equipe a trabalhar como todo mundo até o fim da semana.” – Construindo Dilma, por Igor Gielow (Folha de S.Paulo – 17/01/2011)
“Para a história. Um ministro resumiu o tom do primeiro encontro de Dilma Rousseff com sua equipe ministerial, anteontem, afirmando que não se lembrava de ter visto um primeiro escalão de governo tão devidamente ‘enquadrado’.” – Painel (Folha de S.Paulo – 16/01/2011)
“Na primeira reunião com os 37 integrantes do primeiro escalão do governo, a presidente Dilma Rousseff foi clara nas orientações técnicas, mas deixou a desejar na mensagem política a ponto de confundir sua equipe. A avaliação é de ministros que participaram do encontro, realizado na sexta-feira por cerca de quatro horas no Palácio do Planalto, em Brasília. (…) As queixas partiram principalmente de ministros egressos do governo Lula.” – Técnica, Dilma “esquece” recado político (Folha de S.Paulo – 16/01/2011)
“Os primeiros 15 dias de Dilma Rousseff não podiam ser mais diferentes. Se Lula era exemplo acabado da célebre frase ‘o estilo é o homem’, do francês Buffon (George-Louis Leclerc, 1707-1788), ela deu uma guinada na vida política brasileira e decretou: o resultado é que é o estilo. Aparecer ao País, ela só apareceu no 13º dia, porque as enchentes no Estado do Rio a forçaram a andar na lama e até a dar uma entrevista coletiva. Mas, longe dos auditórios e microfones, já anunciou um ‘conselho de gestão’ para vigiar de perto os projetos, os custos e os prazos.’ – No pós-Lula, resultado é o estilo (Estadão.com – 15/01/2011)
“A presidente Dilma Rousseff, que comandou nesta sexta-feira (14) a primeira reunião com toda a sua equipe de governo, decidiu dividir os 37 ministérios em quatro grandes áreas. O objetivo é controlar melhor as metas de cada área e aperfeiçoar as reuniões entre as pastas.” – Dilma divide ministérios em quatro grupos temáticos (R7 Notícias – 14/01/2011)
“Na primeira reunião ministerial do novo governo, a presidente Dilma Rousseff enquadrou os auxiliares e disse que não vai tolerar divergências públicas nem desvios éticos. Sob o argumento de que todos devem trabalhar em equipe e ter ‘solidariedade’, Dilma avisou que dará ‘três chances’ para que os ministros cheguem a um consenso quando houver opiniões dissonantes. ‘Se não resolverem em três reuniões, eu arbitro’, disse ela.” – Ministros terão ”três chances” para resolver divergências (O Estado de S. Paulo – 15/01/2011)
“A presidente Dilma Rousseff faz hoje sua primeira reunião ministerial e, como tudo neste início de governo é naturalmente visto sob a ótica do cotejo com a administração anterior, poderá marcar (ou não) mais uma diferença de estilo. Ela dirá quais são as regras do seu jogo.” – A regra do jogo, por Dora Kramer (O Estado de S. Paulo – 14/01/2011)
“Esperemos que o ‘enorme talento’ da presidente Dilma, pressentido por tantos quanto hoje elogiam sua postura discreta, se mostre na sua inteireza ao país.”- Silêncio de ouro, por Merval Pereira (O Globo – 13/01/2011)
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