#IstoÉMachismo: Feministas, coletivos e jornalistas repudiam reportagem de capa da revista IstoÉ

(HuffPost Brasil, 02/04/2016) A edição desta semana da revista IstoÉ vem sendo repudiada com veemência nas redes sociais.

Em sua reportagem de capa, intitulada As Explosões Nervosas da Presidente, a publicação retrata a presidente Dilma Rousseff como uma autoridade desequilibrada e sem condições emocionais de comandar o país no atual período de crise do governo.

“A mandatária está irascível, fora de si e mais agressiva do que nunca”, afirma um dos trechos da reportagem. “A medicação nem sempre apresenta eficácia, como é possível notar”, conclui em outro.

Veja aqui repercussão do ataque da Revista IstoÉ a Dilma Rousseff

No perfil da revista no Facebook, leitores fizeram inúmeras críticas. Um dos comentários com mais curtidas faz a seguinte reflexão:

“(…) Se o presidente fosse homem nas mesmas situações da Dilma, haveria uma matéria como essa? Esse negócio de chamar mulher de louca tá batido já (…) Quantos presidentes, governadores ou executivos gritam, xingam e falam palavrão e ninguém os chamam de loucos, agora porque a presidente é mulher é louca e desequilibrada. Você já assistiu às sessões da câmara dos deputados? Pior circo que aquele não tem.”
Jornalistas, coletivos e grupos feministas criticam a edição por ela reforçar esteriótipos machistas nos quais mulheres são descontroladas emocionalmente e, por isso, inadequadas ao exercício do poder político. Em reposta, lançaram nas redes sociais a hashtag #IstoÉMachismo.

Veja alguns tweets que endossam a manifestação de repúdio:

Mulheres = histéricas
Homens = sábios e dotados de dons#istoémachismo

(imagem by @renatagames) pic.twitter.com/RHcGn3TBZK

— Barata de Asa (@baratadeasa) 2 de abril de 2016

Não apoiemos tal comportamento, independentemente de posição política. O gaslighting se voltará contra toda e qualquer mulher #IstoÉMachismo — Think Olga (@ThinkOlga) 2 de abril de 2016

“desequilibrada” “surtada! Histérica!” “vc tá s condições de comandar uma equipe”

O mesmo silenciamento machista de sempre#IstoÉmachismo

— Liliane Araujo (@Lili_F_Araujo) 2 de abril de 2016

Todxs sabemos que mandato da Dilma está decepcionante, mas isso não justifica misoginia. Nada justifica misoginia #IstoÉMachismo — Izabel (@zbelima) 2 de abril de 2016

A capa da ISTOÉ não é só contra a Dilma, mas contra a condição feminina, contra todas as mulheres. #IstoÉMachismo

— Midia NINJA (@MidiaNINJA) 2 de abril de 2016

Essa capa seria mais procedente viu @RevistaISTOE#istoémachismo pic.twitter.com/0whcMLjVU5 — Stefani Costa (@anfepram0na) 2 de abril de 2016

No Facebook, entidades feministas também se posicionaram contra a publicação.

Como é o caso do coletivo Think Olga:

Da produção do filme Elena:

E daUBM (União Brasileira de Mulheres):

Amauri Terto

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