O Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (HC-RP) confirmou oito novos casos de microcefalia associada à infecção pelo vírus da zika na cidade. Desse total, dois bebês são recém-nascidos e os demais estão em fase de gestação. Ao todo, 142 gestantes infectadas pelo mosquito Aedes aegypti são acompanhadas pela instituição.
(G1, 21/06/2016) Dois recém-nascidos e 6 bebês em gestação são acompanhados pelo HC. Prefeitura confirma 266 gestantes infectadas pelo Aedes aegypti na cidade.
O Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (HC-RP) confirmou oito novos casos de microcefalia associada à infecção pelo vírus da zika na cidade. Desse total, dois bebês são recém-nascidos e os demais estão em fase de gestação. Ao todo, 142 gestantes infectadas pelo mosquito Aedes aegypti são acompanhadas pela instituição.
“Esse número pode ser maior porque nós temos mais de 100 pacientes esperando para serem atendidas”, disse o responsável pelo setor de gestação de alto risco do HC-RP, o ginecologista Geraldo Duarte, destacando que o número não leva em consideração um caso suspeito notificado pela Secretaria Municipal da Saúde em maio.
Duarte explica que a chance de o bebê desenvolver a microcefalia é maior quando a mãe é infectada pelo vírus da zika no início da gravidez. Nesse caso, o diagnóstico também é mais fácil, uma vez que ainda não existem exames adequedos e sensíveis o suficiente para identificar a doença em períodos mais tardios da gestação.
“No momento, o único marcador que nós temos são as manchas na pele. A ciência ainda não tem ainda um exame sorológico para fazer esse diagnóstico. No dia em que nós tivermos esse exame, todas as pessoas poderão verificar se já foram infectadas ou não pelo vírus da zika”, afirma o ginecologista.
Desde fevereiro, a Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (FMRP/USP) estuda – em parceria com pesquisadores norte-americanos e latino-americanos – a relação entre microcefalia e infecção por zika na gravidez. Duarte afirma que até o momento, no entanto, ainda não se conhece o mecanismo pelo qual o vírus causa a doença nos bebês.
“O vírus realmente está ligado ao aparecimento de lesões encefálicas. Ele consegue impedir o desenvolvimento do sistema nervoso central e promove também a destruição desse sistema. Então, ele tem dois mecanismos que lesam, de forma irreversível, o sistema nervoso central dessas crianças”, diz.
Acompanhamento
Atualmente, apenas gestantes com exantema, ou seja, cujos exames confirmam a infecção pelo vírus da zika são encaminhadas para acompanhamento no HC-RP. O fluxo é feito pela Secretaria Municipal da Saúde, em parceria com a instituição. Atualmente, 287 casos de gestantes com suspeita de zika são investigados.
“É bastante preocupante. A gente tem essa preocupação desde dezembro. Mas, a gente acredita, pelos dados estatísticos, que a incidência não vai ser alta. Gestantes com exame que deram positivo e terão bebês [com microcefalia] não serão muitas”, diz Ana Alice Castro e Silva, chefe da Vigilância Epidemiológica.
Ana Alice afirma, por outro lado, que apenas os bebês com microcefalia serão atendidos pelo HC-RP. Os recém-nascidos saudáveis, mesmo que as mães tenham sido infectadas pelo vírus da zika, serão encaminhados para acompanhamento na rede pública de saúde até os três anos de idade, como já ocorre.
Acesse o site de origem: USP confirma 8 casos de microcefalia associados ao zika em Ribeirão Preto (G1, 21/06/2016)