15/05/2011 – Câmara aceita união de homossexuais, mas se divide sobre adoção de crianças

14 de maio, 2011

(O Globo) O direito à adoção por casais homossexuais ainda não é consenso na Câmara dos Deputados. Levantamento feito pelo GLOBO mostra ainda que associar a palavra “casamento” à união entre gays é um tabu, mas os deputados reconhecem que a homofobia deve ser considerada um crime.

O GLOBO ouviu 320 dos 513 deputados. Desses, 228 disseram ser a favor da união estável, 86 foram contra, 30 não se manifestaram. Os votos foram registrados em cédula, por telefone e e-mail. Integrantes de todos os partidos foram consultados.

A ampla maioria que aprova a união estável, direito reconhecido em última instância pelo Supremo Tribunal Federal , não se repetiu quando o assunto é adoção. Indagados se casais homossexuais devem ter direito a adotar crianças, 145 disseram “não”. Outros 154 apoiam a ideia. Hoje, os homossexuais conseguem na Justiça autorização para adotar crianças, mas o nome de apenas um dos parceiros pode aparecer na certidão da criança.

Para  senadora Marta Suplicy (PT-SP), autora do primeiro projeto sobre união civil entre pessoas do mesmo sexo, quando era deputada, a pesquisa confirma a percepção de que os parlamentares estariam mais abertos para tratar da temática homossexual. Ela sustenta que, mesmo assim, o Congresso Nacional estaria atrás do Executivo e até mesmo do Judiciário, que tem emitido sentenças favoráveis aos homossexuais há alguns anos.

Veja a matéria completa: Câmara aceita união de gays, mas se divide sobre adoção de crianças (Globo.com – 15/05/2011)

Deu na coluna de Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo – 16/05/2011):

ALERTA MÁXIMO

“A CNBB e o Exército se mobilizaram para barrar a discussão do projeto que torna crime os atos homofóbicos, de agressão e rejeição a homossexuais. Cardeais telefonaram para o presidente do Senado, José Sarney, que acionou o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), evangélico. “Sarney me ligou e disse: “Fica de olho”. Pediu que eu acompanhasse o assunto com atenção”, diz Crivella. Que recebeu ligação também do comando do Exército, preocupado com a obrigação de aceitarem homossexuais em seus quadros.” 

PARALELAS
“Eles [generais] me disseram que os soldados vão para o mato, ficam sozinhos dias e dias, e que pode haver promiscuidade”, diz Crivella. O senador pretende apresentar um projeto tornando crime não apenas a homofobia, “mas qualquer sexismo”, ou atitude de discriminação fundamentada no sexo, como alternativa a artigos do projeto hoje em pauta no Congresso.”

Leia mais: Passo fundamental, editorial (O Globo – 16/05/2011)
Vitória de uma estratégia, por Carlos Alberto Di Franco (O Estado de S. Paulo – 16/05/2011)

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