05/06/2011 – Dilma não vai receber Nobel da Paz iraniana (Estadão)

06 de junho, 2011

(O Estado de S. Paulo) Principal voz da oposição ao Teerã no exílio, a advogada iraniana e Nobel da Paz Shirin Ebadi visita o Brasil pela primeira vez. A presidente Dilma Rousseff, de acordo com notícia do Estadão, decidiu não se encontrar com a ativista que luta pelos direitos dos grupos perseguidos da República Islâmica.

Shirin Ebadi, que chega em Brasília amanhã, dia 7 de junho, ganhou o Nobel da Paz em 2003, mas, com a eleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, ela teve de partir para o exílio. Hoje, vive entre a Grã-Bretanha, os EUA e o Canadá.  “Se Dilma defende os direitos humanos e as mulheres, ela me receberá”, disse a iraniana.

O governo brasileiro, porém, acredita que receber a ativista enviaria “a mensagem errada”. Decisão que vai na contramão da mudança na diplomacia para os direitos humanos da presidenta Dilma. Antes de tomar posse, Dilma criticou publicamente a abstenção do Itamaraty em uma resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU condenando o apedrejamento de mulheres no Irã.


Em março, Dilma rompeu com o padrão de voto do governo Lula nas Nações Unidas e apoiou a criação de um relator especial para o Irã – sob críticas do ex-chanceler Celso Amorim. Uma semana depois, Shirin foi convidada a um jantar na embaixada do Brasil em Genebra.

Shirin falará na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e em uma audiência na Câmara dos Deputados. Ela irá também a Porto Alegre, onde almoçará com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).


(O Estado de S. Paulo) Em entrevista exclusiva, Shirin Ebadi afirmou que espera se encontrar pessoalmente com a presidenta Dilma, com quem deseja falar sobre vários temas, “incluindo os direitos das mulheres”. Mas ressaltou que o aspecto mais importante da viagem ao Brasil é o encontro com grupos organizados que defendem os direitos humanos e os direitos das mulheres.


“Eu vou a São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Rio para aumentar a amizade e aproximar os povos do Brasil e do Irã. É essa a razão principal de minha visita.”

“Pedimos somente uma coisa muito importante: escute o que o povo iraniano está dizendo e não as declarações oficiais do governo. É preciso entender realmente que tipo de tratamento os iranianos recebem de seu próprio governo e como estão descontentes com a atual situação em seu país.”

Leia mais:  ‘Se ela apoia os direitos humanos, vai me receber’ (O Estado de S. paulo -05/06/2011)

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