O governo brasileiro, porém, acredita que receber a ativista enviaria “a mensagem errada”. Decisão que vai na contramão da mudança na diplomacia para os direitos humanos da presidenta Dilma. Antes de tomar posse, Dilma criticou publicamente a abstenção do Itamaraty em uma resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU condenando o apedrejamento de mulheres no Irã.
Em março, Dilma rompeu com o padrão de voto do governo Lula nas Nações Unidas e apoiou a criação de um relator especial para o Irã – sob críticas do ex-chanceler Celso Amorim. Uma semana depois, Shirin foi convidada a um jantar na embaixada do Brasil em Genebra.
Shirin falará na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e em uma audiência na Câmara dos Deputados. Ela irá também a Porto Alegre, onde almoçará com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT).
(O Estado de S. Paulo) Em entrevista exclusiva, Shirin Ebadi afirmou que espera se encontrar pessoalmente com a presidenta Dilma, com quem deseja falar sobre vários temas, “incluindo os direitos das mulheres”. Mas ressaltou que o aspecto mais importante da viagem ao Brasil é o encontro com grupos organizados que defendem os direitos humanos e os direitos das mulheres.
“Eu vou a São Paulo, Brasília, Porto Alegre e Rio para aumentar a amizade e aproximar os povos do Brasil e do Irã. É essa a razão principal de minha visita.”
“Pedimos somente uma coisa muito importante: escute o que o povo iraniano está dizendo e não as declarações oficiais do governo. É preciso entender realmente que tipo de tratamento os iranianos recebem de seu próprio governo e como estão descontentes com a atual situação em seu país.”
Leia mais: ‘Se ela apoia os direitos humanos, vai me receber’ (O Estado de S. paulo -05/06/2011)