Campanha criada pela ONG Artemis joga luz sobre violências silenciosas, que nem sempre deixam marcas visíveis, mas aprisionam milhões de mulheres no Brasil. Com ato nacional, feministas pretendem exigir dos tribunais o reconhecimento de denúncias de agressões psicológicas e morais
(Marie Claire, 23/09/2016 – Acesse no site de origem)
No Brasil, existem diferentes tipos de violência que calam e aprisionam milhões de mulheres diariamente. Nosso país ocupa o 5º lugar no ranking de feminicídio de acordo com a ONU Mulheres. E os índices são alarmantes. Cerca de 41% dos casos de violência acontecem dentro de casa. Além disso, 3 em cada 5 mulheres sofreram, sofrem ou sofrerão violência em um relacionamento afetivo. É urgente! Precisamos falar de relacionamento abusivo.
Apesar de as violências silenciosas – psicológica, moral e patrimonial – constarem na Lei Maria da Penha, muitas das denúncias não são reconhecidas pelos tribunais de justiça. Por isso, a ONG Artemis, organização comprometida com a promoção da autonomia feminina e prevenção e erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres, prepara, para a terça (27), o lançamento da campanha #tambéméviolência.
Para isso, feministas se reunirão em um ato em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, onde exigirão das autoridades o efetivo cumprimento da lei e pretendem conscientizar a sociedade apontando sinais de violência até então banalizados.
Nas redes, a ideia é estimular o debate por meio da divulgação de histórias que envolvam qualquer conduta que cause dano emocional, diminuição da autoestima ou controle de ações por meio de ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância, insulto, perseguição e limitação do direito de ir e vir.
A mobilização que vai até o dia 10 de outubro tem o apoio da LUSH, que incentiva globalmente ações voltadas à garantia dos direitos humanos. Por isso, neste período, toda a renda arrecadada com a venda do sabonete Karma será revertida em doações para a ONG.
“Falar sobre o assunto é o primeiro passo”, diz a cartilha do movimento. “Violência doméstica é qualquer ação ou missão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico ou psicológico e dano moral ou patrimonial. E a culpa é sempre do agressor.”