(Portal G1) Relatos de estupros coletivos praticados por gangues no Irã estão causando preocupação entre as mulheres. As autoridades do país culpam as vítimas por não usarem véus ou hijabs e por comportamento ‘não islâmico’.
Os casos recentes ganharam repercussão e os comentários oficiais despertaram indignação entre grupos de defesa das mulheres.
“As que foram estupradas não eram dignas de elogio”, afirmou o imã de Khomeinishahr, Musa Salemi, em seu sermão. “Elas vieram para nossa cidade para festejar e provocaram os demais (os estupradores) ao beber vinho e dançar.”
O comandante da polícia local, Hossein Yardoosti, fez crítica semelhante: “Acho que a culpa é das famílias das mulheres violentadas, porque, se elas tivessem (usando) roupas apropriadas e se a música que ouviam não estivesse tão alta, os estupradores não teriam imaginado que (a festa) era um encontro depravado”.
Em entrevista ao serviço persa da BBC, a ativista e advogada iraniana Shadi Sadr advertiu que os comentários das autoridades poderiam ter “consequências nefastas” para a sociedade.
“Alguns comentaristas argumentam que a onda de crimes sexuais está relacionada à extraordinária tensão sexual latente entre a crescente população jovem do Irã, que passa a maior parte da sua vida separada por gêneros e com pouca interação social entre homens e mulheres”, diz a reportagem da BBC.
Veja a notícia na íntegra: Onda de estupros coletivos causa preocupação e polêmica religiosa no Irã (Portal G1 – 16/06/2011)