Teresa Shook nunca se considerou muito ativista. Quando os resultados da eleição presidencial ficaram claros, a advogada aposentada de cerca de 60 anos perguntou no Facebook: e se as mulheres protestassem em massa em Washington no dia da posse?
(O Estado de S. Paulo, 05/01/2017 – Acesse o site de origem)
Moradora do Havaí, Teresa criou uma página sobre a manifestação que tinha em mente. No fim daquele dia, 40 mulheres haviam respondido que participariam. Quando Teresa levantou no dia seguinte, o número havia chegado a 10 mil. Agora, mais de 100 mil pessoas já confirmaram participação na manifestação, prevista para ser a maior ligada à posse de Donald Trump e um ponto de aglutinação para ativistas de esquerda que se opõem à agenda do eleito.
Teresa iniciou mobilização em rede social após resultado eleitoral / Foto: Reuters
Os organizadores já garantiram a autorização da polícia de Washington para uma reunião de 200 mil pessoas perto do Capitólio no dia 21 e ainda estão correndo atrás de outras autorizações necessárias e do levantamento de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões para financiar o movimento.
A manifestação tornou-se guarda-chuva para causas liberais que vão dos direitos de imigrantes a protestos contra a morte de afro-americanos pela polícia. Mas em seu cerne está a exigência das mulheres por direitos iguais após uma eleição na qual foi derrotada a democrata Hillary Clinton, primeira mulher candidata à presidência por um grande partido.
“A ideia é deixar claro ao país, em nível local e nacional, que não nos calaremos nem deixaremos ninguém rebaixar os direitos que lutamos para conquistar”, disse Tamika Mallory, uma das principais organizadoras.
O nome escolhido é Manifestação das Mulheres em Washington, um aceno à marcha de 1963, marco do movimento pelos direitos civis. As participantes parecem menos preocupadas com bastidores políticos do que com a chance de reivindicar mais ações governamentais voltadas para a família e salários iguais para homens e mulheres. Algumas querem apenas se manifestar contra o modo grosseiro com que Trump se refere a mulheres. / TRADUÇÃO DE ROBERTO MUNIZ
THE WASHINGTON POST – Perry Stein e Sandhya Somashekhar