Ao todo, 2.952 crianças nasceram com a síndrome congênita provocada pelo vírus da zika no Brasil
(G1, 08/11/2017 – acesse no site de origem)
Há dois anos o estado de Pernambuco enfrentava um surto de microcefalia. Na época foi registrado um aumento no número de casos de bebês que nasceram com a síndrome congênita provocada pelo vírus da zika.
Em 27 de outubro de 2015, a Secretaria Estadual de Saúde instituiu a notificação dos casos de microcefalia, orientando todos os serviços e profissionais de saúde a notificarem os casos da doença. Ao todo, 2.952 crianças nasceram com microcefalia no Brasil, porém o maior número foi em Pernambuco.
Histórias de vida
Bernardo de 1 ano e 9 meses, nasceu com microcefalia em Caruaru, no Agreste. Ele é o mais novo dos quatro filhos de Bárbara Ferreira, de 29 anos. Segundo a mãe, ela não teve sintoma que levasse a esse diagnóstico. Quando Bernardo nasceu, o bebê chorava constantemente. No início, a mãe disse que achava que o filho tinha cólica, mas aos três meses de vida veio o diagnóstico da síndrome congênita.
O desespero foi total, Bárbara não sabia o que fazer e tinha medo do filho ser rejeitado. Após a descoberta da doença, Bernardo passou a fazer tratamento diariamente para superar as dificuldades trazidas pela microcefalia. “Aprendi o amor verdadeiro. Ele não fala, não anda, mas no olhar dele a gente acaba aprendendo muito”, destacou a mãe do menino.
Ana Cristina Vieira da Silva também nasceu com microcefalia. A mãe dela, Joselânia Vieira, desconfiou do problema da filha quando em uma das ultrassonografias, realizadas durante a gestação, o médico informou que a criança não estava se desenvolvendo como deveria. Quando Ana nasceu, o pediatra falou sobre a má formação.
A vida de Joselândia agora é dedicada para cuidar da filha, que faz acompanhamento com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, psicólogas e com neurologistas. “Eu sou movida a Ana. Ela é minha razão de vida. Quando ela cresce, eu cresço junto”, falou a mãe emocionada.
Na casa da menina, todos se empenham para ajudá-la. A irmã dela, Jennifer Silva, de 10 anos, também faz parte da rotina. “Eu gosto muito de fazer a fisioterapia, é como se eu tivesse brincando de boneca”, disse Jennifer.
Amanda Dantas