A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou na semana passada, um levantamento que demonstra que uma em cada duas mulheres jornalistas já sofreu assédio sexual, abuso psicológico, assédio online e outras formas de violência de gênero no ambiente de trabalho.
(Portal Imprensa, 04/12/2017 – acesse no site de origem)
A pesquisa, que teve o testemunho de 400 mulheres, revelou que em 85% dos casos nenhuma ação foi tomada pelos veículos e agências, ou que as medidas eram inadequadas. A maioria das redações ou locais de trabalho nem sequer oferecem uma política para combater esse tipo de abuso ou fornecer um mecanismo para informar sobre eles.
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O estudo apontou ainda que 48% das entrevistadas sofreram violência de gênero relacionada ao seu trabalho; 44% das entrevistadas sofreram assédio online. Entre as formas mais comuns de violência de gênero sofridas pelas jornalistas estão o abuso verbal (63%), o abuso psicológico (41%), o assédio sexual (37%) e a exploração econômica (21%). Quase 11% sofreram violência física; 45% dos infratores eram pessoas de fora do local de trabalho (fontes, políticos, leitores ou ouvintes); no entanto, 38% número expressivo, eram chefes ou superiores; 39% dos atacantes eram anônimos.
Dois terços (66,15%) das entrevistadas não apresentaram denúncia formal e das que denunciaram, 84,8% não consideram que foram tomadas medidas adequadas contra os infratores. Somente 12,3% ficaram satisfeitas com o resultado final. Os números demonstram ainda que apenas 26% dos locais de trabalho têm uma política que abrange violência de gênero e assédio sexual.
“Jornalistas de 50 países têm nos contado a mesma história, que a violência de gênero no mundo do trabalho é generalizada e que medidas para combatê-la não existem ou são inadequadas em praticamente todos os casos. Precisamos de ações urgentes para ajuizar os infratores e fazer com que as mulheres jornalistas se sintam confiantes o suficiente para denunciarem esses abusos”, afirmou a copresidente do Comitê de Gênero da FIJ, Mindy Ran.
“Precisamos urgentemente de acordos coletivos no local de trabalho, procedimentos sólidos de denúncia e medidas contra os infratores para combater os terríveis números da violência de gênero que temos registrado referentes ao trabalho das jornalistas. Para a FIJ e seus sindicatos, abordar a violência e o abuso sofridos por essas profissionais, em todos os cantos do mundo, é uma prioridade”, disse o secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger.
A FIJ apoia ações destinadas a conseguir um convênio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a violência de gênero no mundo do trabalho. Os resultados de uma segunda pesquisa sobre a ação sindical contra a violência de gênero serão publicados no início de 2018.