Dia Internacional da Mulher 2018 é uma oportunidade para se transformar esse impulso em medidas para empoderar as mulheres de todos os lugares, rurais e urbanos, e reconhecer as ativistas que trabalham sem descanso para reivindicar os direitos das mulheres e conseguir que se desenvolvam no seu potencial pleno
(ONU Mulheres, 30/01/2018 – acesse no site de origem)
O tema para o Dia Internacional da Mulher, o 8 de março, é “O tempo é agora: ativistas rurais e urbanas transformam a vida das mulheres”. Neste ano, o Dia Internacional da Mulher se soma ao movimento mundial sem precedentes por direitos, igualdade e justiça das mulheres. O assédio sexual, a violência e a discriminação contra as mulheres capturaram as atenções e o discurso público, com uma crescente determinação em favor da mudança.
Pessoas de todo o mundo estão se mobilizando para conseguir um futuro que seja mais igualitário. Esta ação tem se manifestado na forma de marchas e campanhas mundiais, incluindo o movimento #MeToo, nos Estados Unidos da América e seus reflexos em outros países, como protesto contra o assédio sexual e a violência, por exemplo: #EuTambém, no México, Espanha e América Latina e outros lugares; #QuellaVoltaChe, na Itália; #BalanceTonPorc, na França; e #Ana_kaman, nos Estados Árabes; “Ni Una Menos”, uma campanha contra o feminicídio que surgiu na Argentina; e tantas outras iniciativas, abordando questões que incluem desde igualdade salarial até a representação política das mulheres.
O Dia Internacional da Mulher 2018 é uma oportunidade para se transformar esse impulso em medidas para empoderar as mulheres de todos os lugares, rurais e urbanos, e reconhecer as pessoas ativistas que trabalham sem descanso para reivindicar os direitos das mulheres e conseguir que se desenvolvam no seu potencial pleno.
Em sintonia com o tema prioritário do próximo 62º período de sessões da Comissão sobre a Situação das Mulheres, o Dia Internacional da Mulher também presta atenção aos direitos e ao ativismo das mulheres rurais, que constituem mais de 25% da população mundial e a maioria de 43% das mulheres da força de trabalho agrícola mundial.
Estas mulheres cultivam as terras e plantam sementes para alimentar as nações, garantem a segurança alimentar das suas comunidades e geram resiliência diante do clima. Contudo, em praticamente todas as medidas de desenvolvimento, as mulheres rurais estão atrasadas em relação aos homens rurais e as mulheres urbanas devido às desigualdades de gênero e à discriminação arraigadas. Por exemplo, menos de 20% das pessoas em todo mundo que possuem terras são mulheres, e que se pese a diferença mundial de salário entre mulheres e homens se situa em 23%, nas áreas rurais pode chegar até 40%. Por outro lado, elas carecem de infraestrutura e serviços, trabalho decente e proteção social e se encontram em uma situação mais vulnerável em face dos efeitos das mudanças climáticas.
Para materializar a promessa dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de não deixar ninguém para trás, é preciso atuar com urgência nas áreas rurais para garantir um nível de vida adequado, uma vida sem violência e nem práticas nocivas para as mulheres rurais, assim como o seu acesso à terra e aos bens produtivos, a segurança alimentar e nutrição, o trabalho decente, a educação e a saúde, incluindo a saúde sexual e reprodutiva e seus direitos conexos.
As mulheres rurais e suas organizações representam um potencial enorme e, atualmente, estão se mobilizando para reclamar os seus direitos e melhorar os seus meios de vida e bem-estar. Utilizam métodos agrícolas inovadores, criam negócios exitosos e adquirem novas habilidades, lutam por direitos legais e se apresentam como candidatas políticas. Este é um momento em que milhares de mulheres valentes da indústria cinematográfica, do teatro e das artes começaram a alçar as suas vozes contra o abuso e as agressões sexuais por parte de homens poderosos do setor. No âmbito das mulheres rurais, estas vozes encontram um poderoso aliado na Aliança Nacional de Camponesas, uma organização nacional de campesinas que conhece bem o abuso de poder.
O 8 de março une as ativistas de todo o mundo e a ONU Mulheres para aproveitar a oportunidade, celebrar os avanços, tomar medidas e transformar a vida das mulheres em todo o mundo. Agora é o momento.