Teve início nesta segunda-feira (11), na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), em Brasília, o seminário Equidade de Gênero: Representação Política de Mulheres, que reúne até amanhã especialistas brasileiras, latino-americanas e de países nórdicos. Promovido pela ONU Mulheres e pelo programa Diálogos Nórdicos, o evento discute como alcançar a igualdade entre homens e mulheres em esferas de governança.
(ONU Brasil, 11/06/2018 – acesse no site de origem)
O seminário está sendo transmitido ao vivo pela ENAP. Assista clicando aqui.
O presidente da ENAP, Francisco Gaetani, defendeu na abertura do encontro que “a equidade de gênero é uma agenda global maior que governos”. Segundo o gestor, trata-se de “uma agenda que está ancorada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e nos processos de lutas e transformação”.
Também presente, a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, lembrou que a ausência desproporcional das mulheres da política é um problema que se resolve com votos conscientes. “O que os brasileiros e brasileiras farão para eleger ao menos 30% de mulheres nas próximas eleições?”, questionou a dirigente.
Durante o painel “Mulheres em espaços de poder e decisão”, a consultora da agência das Nações Unidas para as Américas e o Caribe, Line Bareiro, ressaltou que o atual cenário exige “uma cidadania ativa das mulheres”. Somente assim, será possível combater o problema da sub-representação.
Francisco Gaetani, presidente da @EnapGovBr, diz que “agenda da igualdade de gênero é agenda global”. E que servidoras têm se mobilizado para aumentar a discussão sobre direitos das mulheres. Assista ao vivo: https://t.co/Znsq195FXy #MulheresNaPolítica #Planeta5050 pic.twitter.com/UsktKmwK39
— ONU Mulheres Brasil (@ONUMulheresBR) 11 de junho de 2018
Nesta segunda, foi lançado o projeto de cooperação entre a ENAP e a ONU Mulheres. O seminário promoveu também uma capacitação em Gênero da Escola Ibero-americana de Administração e Políticas Públicas – EIAPP/CLAD. O primeiro dia do evento contou ainda com o talk show “Despatriarcalização do Estado: um caminho para a democracia paritária”, mediado pela atriz e defensora dos Direitos das Mulheres Negras da ONU Mulheres Brasil, Kenia Maria.
No final das atividades, foi inaugurada a exposição “Igualdade de gênero, avançamos bastante – não?”, organizada pela Embaixada da Suécia.
Acompanhe as atividades da terça-feira pela internet
Cinco mesas estão programadas para o segundo dia do seminário internacional: duas pela manhã e três na tarde de terça-feira (12). A primeira abordará o “Panorama da representação de mulheres na América Latina e Europa”. Debate começa às 9h, com a participação de Marlise Matos, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPEM/UFMG), e Sigrun Marie Moss, pesquisadora da Universidade de Oslo/Noruega. Diálogos serão mediados por Iara Alves, diretora de Formação Profissional e Especialização e integrante do Comitê de Gênero da ENAP.
Em seguida, será discutida a “Criação, implementação e cumprimento de legislação para a equidade da representação de mulheres no Legislativo e Executivo”. Mesa contará com a presença de Luciana Lóssio, advogada e ex-ministra do Tribunal Superior Eleitoral; Maria Leissner, embaixadora, ex-líder do Partido Liberal Sueco e ex-parlamentar; Katia Uriona, presidenta do Tribunal Eleitoral da Bolívia; e Rejane Sénac, presidenta da Comissão de Paridade Política no Alto Conselho para a Igualdade entre os Homens e as Mulheres da França. Encontro terá mediação de Carolina Tokarski, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e integrante do Comitê de Gênero da ENAP.
As atividadades serão retomadas à tarde, a partir das 14h, com o debate “Fatores que determinam a sub-representação das mulheres na política”. A discussão será conduzida por Maryan Abdulkarim, escritora finlandesa; Creuza de Oliveira, secretária-geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) e integrante do Grupo Assessor da Sociedade Civil da ONU Mulheres Brasil; e Flávia Biroli, professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília e também integrante do grupo da ONU Mulheres.
A paridade de gênero na política local será tema da mesa “ODS 5 – Como chegar a cidades 50-50 até 2030?”, com falas de Ermelinda Melo, do Consórcio de Mulheres das Gerais; Ana Gabriela Fernández, vice-diretora da Flacso Uruguai; Lea Friedberg, membro do Conselho do Centro Dinamarquês de Pesquisa e Informação sobre Igualdade e Diversidade de Gênero; e Jacira Melo, diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão. O debate será mediado por Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.
A última atividade da programação é a conferência de encerramento “Violência Política”, que será apresentada por Marlise Matos.