Mais uma arma para combater o feminicídio no Espírito Santo foi lançado pelo Ministério Público do Espírito Santo na sexta-feira (22). O Mapa de Mortes Violentas de Mulheres – de A a Z promete dar apoio às polícias Civil e Militar, bem como não permitir que os crimes de violência contra mulher sejam deixados de lado. Segundo o MPES, a ferramenta virtual tem dados de todo o Espírito Santo alimentados diariamente. O monitoramento compreende os 78 municípios capixabas e apresenta diversas informações de cada crime, como tipo de arma, local, hora e relação de vínculo entre a vítima e o acusado. Os dados utilizados têm como fonte a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp-ES) e apresenta informações desde 2016.
(ES Hoje, 25/03/2019 – acesse no site de origem)
“Precisamos dar visibilidade a esse problema. A partir do momento que fazemos o recorte de morte de mulheres, a questão do feminicídio, ou seja, morte de mulheres que acontece no relacionamento íntimo de afeto, nós conseguimos construir políticas públicas específicas para enfrentar o problema”, destacou a coordenadora do Nevid, promotora de Justiça Cláudia R. dos Santos Albuquerque Garcia.
A coordenadora do Nevid ressaltou ainda que a violência contra a mulher atinge todas as classes sociais. Mas um dado chama a atenção no mapa: a idade das vítimas. “A gente tem uma faixa de mulheres jovens que vêm morrendo. Isso marca muito o domínio do homem sobre a mulher. As mulheres têm morrido no momento que elas tentam romper com seus relacionamentos. As mulheres jovens quando têm tentado colocar um basta aos relacionamentos, têm se colocado em maior insegurança”, informou.
Em 2017, de acordo com os dados do mapa, das 127 mulheres mortas, 79 tinham até 39 anos. Em 2018, foram registrados 92 crimes violentos contra mulheres, sendo que 52 vítimas tinham menos de 40 anos.
O subprocurador-geral de Justiça Judicial, Josemar Moreira, ressaltou a importância da nova ferramenta virtual do MPES e de se adotar a concepção de gênero nas atuações ministeriais. “O Planejamento Estratégico do MPES traz como um dos vetores coibir os crimes relacionados à violência doméstica e familiar contra a mulher e promover a atuação integrada com os setores públicos, privado e sociedade civil para que possamos ter uma eficiência e efetividade no combate à criminalidade e, em especial, ao feminicídio”.
A secretária-geral do Gabinete do Procurador-Geral de Justiça (PGJ) e coordenadora da Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), promotora de Justiça Luciana Gomes Ferreira de Andrade, disse que a AGE tem desenvolvido projetos e ferramentas tecnológicas para proporcionar a membros e servidores plenas condições de atuarem em defesa dos direitos da sociedade. “Hoje vai ser apresentado aqui um dos produtos que nós realizamos em conjunto e a partir do nosso principal cliente, o Nevid, para que os colegas tenham, em tempo real, na palma da mão, dados e informações relacionados as mortes violentas de mulheres no nosso Estado”.