O impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o fim do feminicídio e aborto legal eram algumas das pautas defendidas pelas mulheres que reuniram neste domingo (8), Dia Internacional da Mulher, em São Paulo.
(Yahoo Notícias, 08/03/2020 – acesse no site de origem)
Por volta das 14h30 a avenida foi tomada por uma forte chuva, o que fez com que um grupo de manifestantes buscassem abrigo nas marquises da avenida, abrissem seus guarda-chuvas e comprassem capas de chuva de ambulantes. Porém, poucas pessoas saíram das ruas.
Do carro de som, foi chamado o grito de “nem chuva e nem vento derruba esse movimento”, que foi prontamente seguido por várias mulheres e homens que participavam do protesto. Além desse, outros gritos foram entoados pela multidão. Entre eles, “nem recatada e nem do lar, a mulherada tá na rua para lutar” e “legaliza, o corpo é nosso, é nossa escolha, é pela vida das mulheres”, em referência ao aborto.
Com várias pautas distintas e realidades diferentes, as mulheres presentes no local se uniam quando pediam mais respeito e maior igualdade. Uma delas era a estudante Selma Delfino, de 13 anos, que foi com a mãe até o ato para pedir por mais direitos.
“Eu me sinto feliz em estar aqui. Eu vim representar a minha aldeia, que se chama Boa Vista e fica em Ubatuba. É importante a gente lutar pelos nossos direitos. Os homens estão mandando muito na gente, pensando no que a gente tem que fazer… por isso, eu vim aqui hoje. Eu vim por todas as mulheres”, explicou a jovem indígena.
Ver Selma e outras adolescentes no protesto fez a aposentada Cleusa Almeida, de 69 anos, comemorar. “Eu sou feminista desde os meus 20 anos. Eu queria que todas as mulheres e moças seguissem o meu exemplo. Só assim a gente vai ter um mundo melhor. Há 40 anos eu pratico a política e defendo as pessoas que têm menos condições. Eu quero que o mundo seja mais igual, seja mais justo… para isso, a gente tem que lutar por democracia”, disse.
Além disso, a estudante universitária Marianna Alves, de 21 anos, acredita que é importante que as mulheres negras e trabalhadoras sejam lembradas na data. “Além de ser o dia da mulher, esse é um dia em que se comemora a luta das mulheres trabalhadoras em conjunto. É importante representar esse setor, que é composto, em sua maioria, por mulheres negras e que estão nos piores postos de trabalho”, afirmou.
O ato também contou com a participação de um grupo de mulheres evangélicas. Uma delas era a professora Valéria Vilhena, da EIG (Evangélicas pela Igualdade de Gênero). Segundo ela, é preciso que elas estejam nas ruas em manifestações para pregar o que Jesus ensinou aos seus seguidores: amor e justiça.
Por Giorgia Cavicchioli