“E SE HITLER ESTIVESSE CERTO?”, tuitou, em inglês, uma conta brasileira na terça-feira, 18 de agosto. Dois dias antes, o tuiteiro era um dos que engrossavam o coro contra o aborto da criança de dez anos estuprada pelo tio, no horrendo espetáculo que a extrema direita criou para capitalizar sobre a tragédia. A conta do tuiteiro, que surfa no “politicamente incorreto”, permanece no ar apesar das inúmeras denúncias. Embora viole os termos de uso da plataforma, o post é só mais um no tsunami de crimes digitais que inundou as redes sociais desde o início da pandemia do coronavírus. Neonazismo, pornografia infantil e crimes de ódio – que incluem violência contra a mulher, homofobia e racismo – explodiram na internet nos últimos três meses, mostra um levantamento feito a pedido do Intercept pela Safernet.