(EL PAÍS| 17/03/2021 | Por María Magdalena Arrellaga e Patricia Monteiro)
Em 2020, as latino-americanas sofreram um retrocesso histórico em termos financeiros e profissionais por causa da pandemia global da covid-19. No Brasil, o oitavo país mais desigual do mundo, os impactos foram ainda profundos: quase 8,5 milhões de mulheres saíram do mercado de trabalho no terceiro trimestre, e sua participação caiu a 45,8%, o nível mais baixo em três décadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentro desse universo feminino, as mães solo, que somam mais de 11,5 milhões no Brasil, passaram não somente a enfrentar mais riscos e dificuldades financeiras em decorrência da pandemia como também sofrem uma sobrecarga mental e um maior acúmulo de tarefas devido ao fechamento de escolas e creches.
Em abril do ano passado, o Governo federal aprovou uma renda mínima emergencial de 600 reais ao mês para trabalhadores autônomos e desempregados durante a pandemia, sendo o dobro desse valor no caso das mães solteiras, mas milhares de mulheres tiveram suas solicitações rejeitadas. Já em 2021, e após diversos alertas sobre o agravamento das dificuldades financeiras com o fim do auxílio emergencial, o Congresso aprovou uma nova leva de pagamentos, reduzidos, que ainda depende da publicação de uma medida provisória por parte do poder Executivo para definir regras, prazos e valores, que serão de 150 a 375 reais por mês.