(O Estadão de S. Paulo | 20/03/2021 | Por Vinicius Neder e Daniela Amorim)
Há um ano, na tentativa de conter a pandemia, o País parou. As famílias de renda média e alta, que puderam ficaram em casa, usar o comércio eletrônico e lançar mão das entregas a domicílio dos restaurantes, também mudaram suas combinações com as empregadas domésticas. Como resultado, as domésticas estão entre os trabalhadores mais atingidos pela crise da covid-19.
Ao longo de 2020, 1,2 milhão de pessoas perderam o emprego nessa atividade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essas demissões equivalem a 16% do total de vagas fechadas ano passado, entre formais e informais. A piora da pandemia pode ser um obstáculo para a recolocação desse pessoal. É mais uma fonte de aumento da pobreza, principalmente entre as famílias lideradas por mulheres, em mais um exemplo de como elas são mais atingidas pela pandemia do que os homens.
As trabalhadoras que perderam o emprego encontraram no auxílio emergencial alguma ajuda para sobreviver, mas o valor da transferência de renda foi reduzido – de R$ 600 para R$ 300 ao mês – a partir de setembro até a última parcela, em dezembro. Segundo Janaína, o Sindoméstica centralizou doações de cestas básicas por instituições beneficentes e organizou a entrega para domésticas que tiveram dificuldades.